Após seis dias de estadia em Lamballe, alunos das escolas de Oliveira do Bairro (Secundária e 2,3, e 2,3 de Oiã) regressaram a seus lares, depois de muito sentidas despedidas, com muitas lágrimas, quer da parte deles e dos seus amigos franceses quer das famílias bretãs que, durante aquele período, os receberam com um enorme carinho. Este intercâmbio que se iniciou em Julho de 1998, tem vindo, de ano para ano, a renovar os seus objectivos. E foi nessa perspectiva que o Presidente da Câmara de Oliveira do Bairro, Mário João Oliveira, e a vereadora da cultura, Laura Pires, estiveram presentes naquela cidade, tendo efectuado reuniões com o presidente da Câmara local, que também convidou toda a comitiva para uma recepção em que se referiu à continuidade destes intercâmbios e à sua abrangência, na perspectiva de que as pessoas das duas regiões possam retirar efectivos proveitos para o desenvolvimento sócio cultural mútuo. O presidente do Comité de Geminação em França, Roland Louet, referiu que “a dificuldade ... não é criar (esta geminação) mas sim fazê-la viver e evoluir”. Nesta perspectiva, Laura Pires referiu que as pessoas mais idosas podem vir a ser incluídas neste intercâmbio, bem como os órgãos de imprensa local ou regional. Fizeram a cobertura desta estadia e destas reuniões Jornais Regionais como o diário “Ouest France” e os semanários “Le Télegramme” e “Le Penthièvre”. Como decorre, afinal, este intercâmbio? No caso dos jovens estudantes, a escola selecciona os alunos pelo seu comportamento e pela disponibilidade das suas famílias em virem a receber em suas casas os alunos do outro país. Portanto, quando os franceses se deslocam a Portugal, ficam em casa das famílias de acolhimento e depois os portugueses vão a França e são recebidos nas casas das respectivas famílias durante a estadia. Os alunos frequentam algumas aulas e fazem visitas a locais seleccionados quer na perspectiva cultural, quer turística e de recreio. Parece-nos, no entanto, que alguns aspectos podem ser renovados. A preparação prévia e atempada da viagem, através da aprendizagem das frases mais necessárias, tais como as saudações, a apresentação e as referências sobre costumes, gostos, tradições, etc. E até a preparação de uma pequena apresentação como dança de grupo, poesia ou sketch na língua local, ou outro qualquer apontamento da cultura, de tradição ou costumes da região que possam ser mostrados às famílias na pequena festa que habitualmente tem lugar no final da estadia. Na verdade, estas deslocações estão integradas nas actividades escolares, e trata-se de uma representação do País com as responsabilidades comportamentais que isso implica. E nunca considerar esta deslocação um passeio. Há naturalmente dispêndio de importâncias consideráveis nestas deslocações, que são assumidas pela autarquia. Daí que os seus objectivos devam ser constantemente reapreciados e renovados de forma a justificar esse investimento. Nós temos muito a aprender com outras sociedades, com outras culturas, com outros sistemas organizativos escolares. E também os franceses poderão aprender connosco. É esta simbiose, este enriquecimento mútuo que poderão ajudar-nos a crescer... Prometemos abordar, em próximos trabalhos, outros aspectos sobre a estadia já que um colaborador do JB pôde acompanhar este grupo dos alunos das escolas do Concelho de Oliveira do Bairro. Grangeia SeabraDiário de Aveiro |