À semelhança de anos anteriores, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Anadia (AHBVA) está na rua - junto ao Restaurante “O Zé” na Malaposta -, a prestar assistência aos muitos milhares de peregrinos que, ao longo destas duas primeiras semanas de Maio, rumam a Fátima. Mais uma vez, em pleno IC-2, na zona da Malaposta, fomos encontrar a tenda onde vários voluntários e bombeiros prestam assistência a muitos caminhantes, vindos, sobretudo da região norte do país (Valença do Minho, Monção, Paredes de Coura, Porto, Ermesinde, Guimarães, Vila do Conde, Penafiel, Paços Ferreira, Vila Nova de Gaia, Famalicão, Valongo, Marco de Canavezes, Grijó, Santo Tirso, etc). Muitos deles, quer pela distância, quer pela falta de preparação, chegam a este ponto SOS completamente esgotados e aqui recebem vários cuidados primários de saúde. “Os cuidados aqui são gratuitos e prestados por voluntários (médicos, enfermeiros, bombeiros e pessoas anónimas) que limpam e tratam as feridas, efectuando sobretudo lava-pés, pensos vários, curativos a bolhas, massagens musculares e medição de tensões arteriais ”, explicou a JB Mário Teixeira, presidente da direcção da AHBVA. Embora todos os cuidados prestados sejam cuidadosamente registados e contabilizados, no final da campanha, a verdade é que os voluntários e bombeiros perdem a conta ao número de massagens e tratamentos que fazem. Movidos por uma grande dose fé e devoção à Virgem de Fátima e aos pastorinhos os vários milhares de peregrinos aproveitam a passagem por este posto de auxílio para recuperar forçar para nova e, muitas vezes, penosa caminhada. A JB Mário Teixeira avançou tratar-se de “uma tradição dos Bombeiros no auxílio aos peregrinos, mas também uma forma de ajudar a aliviar o sofrimento a muitos daqueles que rumam a Fátima, neste mês de Maio”, acrescentando ainda que “nos primeiros dias, não passaram muitos peregrinos, até porque os feriados foram aproveitados por muitos peregrinos para cumprirem as suas promessas, notando-se agora, nos últimos dias uma maior afluência de peregrinos”. Ainda que, de uma forma improvisada, socorrendo-se de uma tenda que é alugada para o efeito, a verdade é que os Voluntários de Anadia e um grupo de senhoras voluntárias da comunidade anadiense - onde se incluem algumas irmãs do Hospital de Anadia - mudam-se de “armas e bagagens” para este local que, com o passar dos anos, se transformou num ponto de paragem obrigatória, após algumas centenas de quilómetros percorridos a pé e, na maioria dos casos, com grande sacrifício. Embora abra aos peregrinos às 8 horas da manhã, só encerra depois das 21 horas, altura em que passam os últimos peregrinos do dia. Nesta assistência aos peregrinos, os Bombeiros de Anadia contam ainda com o apoio de todas as farmácias do concelho, que, tal como tem acontecido em edições anteriores, fornecem gratuitamente vário tipo de materiais e medicamentos utilizados (luvas, seringas, adesivos, ligaduras, tintura de iodo, betadine, gaze, algodão, cremes). Uma colaboração que se estende ainda à Sociedade das Águas do Luso que oferece garrafas de água que são distribuídas pelos peregrinos. Catarina CercaDiário de Aveiro |