O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, que representou o primeiro-ministro nos 157 anos da Associação Empresarial de Portugal(AEP), garantiu ontem aos empresários que o Governo vai prosseguir com as reformas estruturais. "Temos uma oportunidade histórica única: o país dispõe de estabilidade política, com um Governo de maioria e sem eleições no horizonte de três anos, que permite fazer as necessárias mudanças e pensar o futuro com confiança. O Governo tem revelado coragem e determinação e vai continuar com as reformas que se impõem para mudar o país", disse. Teixeira dos Santos reconheceu que tem havido um crescimento positivo, mas tímido, da economia, o que se deve não apenas a condições externas, mas também problemas estruturais internos. Segundo o ministro das Finanças, o Governo de que faz parte está empenhado em criar um quadro macroeconómico que seja "de estímulo à decisão empresarial de assumir riscos e criar emprego" e não em adoptar "medidas que escondem as dificuldades financeiras, que por serem extraordinárias rapidamente esgotam os seus efeitos, optando sim por reformas de natureza estrutural" como a da segurança social. "A situação da economia não é fácil. O crescimento económico tímido denota essas dificuldades. Tem vindo a revelar-se positivo e a melhorar, mas é tímido e temos de fazer algo para que a economia volte a crescer de forma acentuada para criar emprego, gerar riqueza e melhorar as condições de vida", disse Teixeira dos Santos. Para o ministro, trata-se de um desafio que requer confiança e ambição: a estrutura tem de ser modernizada e orientado o seu teor tecnológico, com recurso humanos qualificados. A criação de factores de competitividade para voltar a ganhar cotas de mercado, na perspectiva de Teixeira dos Santos, passa por fomentar a qualificação dos recursos humanos, apostar na ciência e na tecnologia, promover a inovação e modernização. O presidente da AEP, Ludgero Marques, considerou que as bases do desenvolvimento "terão de assentar na ética empresarial, eliminando oportunismos e falsidades, na responsabilidade, em sãs relações laborais e na educação". Para a modernização do tecido produtivo, propôs o dirigente associativo, devia ser incluído no Plano tecnológico a substituição de "trabalhadores sem habilitações adequadas e em idade de pré-reforma por jovens com formação nos diferentes níveis que seriam muito úteis às empresas e não têm emprego". Noutro passo da sua intervenção, Ludgero Marques defendeu a criação de incentivos à realização de fusões e aquisições de empresas, para ganharem dimensão e escala para concretizar a inovação e aproveitar a internacionalização".Diário de Aveiro |