DOIS DOS RESPONSÁVEIS CHEGARAM A SER DETIDOS

O Tribunal de Aveiro começa hoje a julgar a suspensão dos órgãos sociais da Fundação de apoio a idosos e crianças CESDA, suspeitos de irregularidades de gestão.

À frente da Fundação, que cativava apoios junto do Estado, da autarquia e de privados, esteve durante vários anos um pastor metodista e um seu filho, que foram afastados em 2001 por determinação judicial, após a descoberta de indícios de irregularidades na gestão da instituição, sendo nomeado um administrador provisório, indicado pela Segurança Social.

Estabelecida desde 1975, inicialmente como lar metodista da terceira idade e ligada àquela Igreja, a CESDA veio a separar-se da Igreja Metodista e a transformar-se em fundação por alteração estatutária feita em 1995.

Com sede no Paço, Esgueira, gere um lar da terceira idade, um complexo residencial de apartamentos T1 para idosos, uma colónia de férias na praia da Barra e dois infantários.

Dois dos responsáveis na altura pela Fundação, chegaram a ser detidos em Julho de 2001, em resultado de uma investigação realizada pela Polícia Judiciária, depois de um inquérito mandado instaurar pelo então secretário de Estado da Segurança Social ter apontado para indícios de peculato, infidelidade e burla qualificada.

A construção de uma vivenda, à custa de subsídios estatais e com o pretexto de que se destinavam a financiar um edifício para os idosos, a compra de uma frota de veículos de luxo, o arrendamento de vários apartamentos, a realização de viagens estranhas aos fins sociais da instituição ou ainda a realização de um "copo-de-água" à conta de apoios concedidos, serão algumas das situações que foram averiguadas.

Após recurso para o Tribunal da Relação de Coimbra, vieram a ser libertados, ficando a aguardar julgamento em liberdade, sujeitos a termo de identidade e residência e impedidos de contactar com a estrutura que lideraram, tal como outros arguidos no processo-crime, que estiveram ligados àquela instituição.
Diário de Aveiro



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