JÁ FOI PROFISSÃO QUE DEU TRABALHO

A Associação Etnográfica Os Serranos vai realizar, no próximo mês de Abril, um curso prático de cestaria em vime.

Já foi profissão que deu trabalho a, pelo menos, a um cesteiro em cada terra, no tempo em que não havia família que não usasse dezenas destes recipientes nas rotinas diárias das suas fainas.

Cestos de arco, poceiros e outras aplicações, tal como os nassos e os galrichos para a pesca. Enquanto sobrevive, aqui e além, um ou outro cesteiro, está na hora de transmitir o saber e a arte que, além do mais exemplificam os valores da terra e uma certa forma de economia ecológica e sustentada.

Assim, enquanto há saber vivo, Os Serranos solicitaram apoio à Junta de Freguesia de Belazaima e à Câmara Municipal de Águeda e lá arrancam para uma acção de formação, gratuita e aberta, com pouca teoria e muita prática.

Principalmente, motivaram o mestre Análio Baptista Tomás, de Belazaima, para partilhar a sua técnica e o carinho sábio com que escolhe, dispõe e entrelaça os vimes, moldando cestos e outros artefactos, para a sua função, para decoração ou para novas funções que o engenho criativo e as novas vivências lhes queiram atribuir.

Em particular, este curso está orientado para membros de outros grupos de folclore da região, que se deverão entusiasmar com a possibilidade de recolher e conservar a arte e o saber-fazer que também faz parte da expressão do folclore da nossa região, tal como os trajos, as técnicas do trabalho da lã ou do linho, os cantares e as danças. Tudo isto confere identidade, representa valores e ilustra as vivências dos nossos antepassados.

O curso é gratuito e, como referido, será realizado durante o mês de Abril, em Belazaima do Chão, durante dois serões por semana (segundas e quartas ou terças e quintas-feiras, conforme seja acordado entre os participantes), estando as inscrições abertas na Associação Etnográfica Os Serranos.

Para além da participação esperada de elementos ligados aos grupos de folclore da região, o curso está aberto a todos quantos se queiram inscrever, até ao limite de 15 participantes.

No final, será organizada uma exposição dos trabalhos realizados e haverá certamente motivo e oportunidade para realizar uma festa de encerramento, que estas coisas que se fazem com entusiasmo e paixão, transportam tanta alegria que ela acaba por verter.
Diário de Aveiro



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