O ministro da Ciência e Ensino Superior considerou hoje que a penetração das tecnologias da informação e da comunicação na sociedade portuguesa apresenta "indicadores excepcionais de progresso" num clima de depressão económica. Mariano Gago falava na abertura do Fórum para a Sociedade da Informação, que decorre em Aveiro no âmbito do programa Ligar Portugal, organizado pela Agência para a Sociedade do Conhecimento(UMIC). "O momento é de enorme aceleração, na participação, na qualificação, mas também nas exigências. Os dados são muito impressionantes, num clima de depressão económica. Crescer a este ritmo significa que alguma coisa se está a passar de muito importante na sociedade portuguesa", observou. De acordo com o levantamento do seu Ministério, os acessos à Internet em banda larga cresceram 43 por cento e 83 por cento dos estabelecimentos de ensino superior estão já cobertos por redes sem fios. A totalidade dos organismos públicos dispõe de ligação à Internet, sendo que 73 por cento já o faz em banda larga. Nove em cada dez organismos da administração central têm página na Net, sendo que 36 por cento já disponibilizam formulários de preenchimento e submissão "on- line". O Portal do Cidadão registou no último ano um crescimento de tráfego de 46 por cento, tendo as consultas origem em 33 países. No que respeita às câmaras municipais, o panorama ainda é mais animador: todas estão ligadas à Net e 85 por cento já em banda larga, sendo que 96 por cento têm páginas, disponibilizando reclamações e esclarecimento de dúvidas por correio electrónico em 91 por cento dos casos e permitindo descarregar formulários numa percentagem de 70 por cento. No que respeita aos particulares, a posse de ligação em banda larga nos agregados familiares atingiu os 26 por cento no quarto trimestre de 2005, segundo dados da Autoridade Nacional para as Comunicações(ANACOM), sendo a meta estabelecida pelo programa Ligar Portugal atingir, em 2010, os 50 por cento. Para Mariano Gago, o programa Ligar Portugal chegou à fase de maturidade, importando agora confrontar as metas com a realidade e mesmo com outros países e as suas práticas. A realização do Fórum em Aveiro preenche esse objectivo, segundo o ministro, que anunciou a sua realização regular de seis em seis meses, procurando articular as políticas públicas com as estratégias privadas, já que se trata de um "programa lançado pelo Governo, mas que se quer partilhado". "Este é talvez o único sector em desenvolvimento nas últimas décadas, em que os diferentes parceiros conseguiram encontrar formas de partilha, ainda que com objectivos diferentes, constituindo uma comunidade do país que se reconhece", comentou.Diário de Aveiro |