A terra tremeu, supostamente, em Anadia, no passado dia 3 de Março. Eram precisamente 10.30 horas. O sismo com uma magnitude de 4.5 de intensidade na escala de Richter, com epicentro no mar, ao largo da Figueira da Foz, apenas causou estragos e vítimas na Escola do 1º Ciclo do Ensino Básico de Anadia. Testar o plano de evacuação Embora o caso pudesse ter um enquadramento real, tudo não passou de um simulacro de sismo/incêndio que permitiu testar a reacção da população escolar perante um sinistro desta natureza, avaliando ainda o plano de segurança e de evacuação daquele estabelecimento de ensino e, ao mesmo tempo, testar a capacidade operacional dos bombeiros envolvidos e avaliar a capacidade organizacional das entidades envolvidas. A iniciativa, organizada pela Câmara Municipal de Anadia em colaboração com os Bombeiros Voluntários de Anadia e o Agrupamento de Escolas (EB1 de Anadia), inserida no âmbito das comemorações do Dia Nacional da Protecção Civil (1 de Março), teve, segundo Dias Coimbra, dos B.V.Anadia, como principais objectivos, “dotar a escola de níveis de segurança eficazes; limitar as consequências de um acidente; sensibilizar a população escolar para a necessidade de conhecerem e colocarem em prática, sempre que necessário, os procedimentos de emergência; responsabilizar os funcionários e alunos para o cumprimento de normas de prevenção e segurança; organizar os meios humanos e materiais existentes, por forma a minorar, ao máximo, os efeitos de uma situação de emergência sobre as pessoas e bens e testar o plano de evacuação da escola”. Dias Coimbra avançou ainda, durante o briefing da manhã, que, “a escolha deste cenário prendeu-se com o facto de se tratar de uma escola com uma localização particularmente difícil, dada a proximidade de uma zona urbana, rodeada de variado comércio, onde se encontra ainda implantados serviços como os CTT, diversas agencias bancárias, Tribunal e umas bombas de gasolina”. Máquina em acção Após o pedido de socorro (10H31) toda a “máquina” programada para este simulacro entrou em acção. Na escola foi posto em prática o plano de segurança e de evacuação com a deslocação da população escolar para zona segura. Entretanto a GNR procedia ao isolamento do local, drenagem do trânsito e aplicação de meios de busca. Simultaneamente os bombeiros faziam o reconhecimento e avaliação do sinistro, solicitando meios para busca primária e salvamento. Enquanto uns procediam ao socorro a quatro vítimas (alunos) feridos com alguma gravidade e localizados entre escombros de paredes da escola que desabaram com o sismo, outros combatiam o incêndio na cozinha do refeitório da escola, todos sempre perante a ameaça de novas réplicas do sismo. Refira-se ainda que o simulacro não passou despercebido da população que saiu à rua para assistir ao que se passava no teatro de operações, que envolveu mais de duas centenas e meia de intervenientes e seis viaturas, sob o olhar atento de inúmeras entidades (presidente da CM Anadia, Comandante Distrital do SNBPC, comandante dos BV Anadia, comandante do posto da GNR Anadia, vereadores da CM Anadia, presidente do Conselho Executivo da AE de Anadia, administrador do Hospital Distrital de Anadia, representante do Centro de Saúde de Anadia, presidentes da Junta de Freguesia de Sangalhos e Arcos, provedores das Santas Casas de Misericórdia de Anadia e Sangalhos e director do Hospital da Misericórdia de Sangalhos). No final o balanço foi bastante positivo, na medida em que não só o plano de segurança e de evacuação funcionaram como o simulacro permitiu detectar algumas “falhas” que serão agora alvo de correcção, destacando-se entre estas problemas com os telefones fixos/comunicações, saídas de emergência e pontos de concentração. Na próxima semana, um novo simulacro será realizado na E.B 2/3 de Vilarinho do Bairro.
Catarina Cerca Meios envolvidos 180 alunos 22 bombeiros 12 docentes 12 elementos da força de segurança 6 viaturas (das quais 3 ambulâncias) 4 cozinheiras 3 auxiliaresDiário de Aveiro |