O Corso Carnavalesco de Oiã, na expectativa dos seus organizadores, poderá ter enorme assistência. “Se conservarmos o público na ordem das 15 mil pessoas, teremos uma carnaval super bom”, afirmaram aqueles a JB, com muitos carros alegóricos, um grupo de samba, muitos foliões, a rainha que é das “terras baixas” e ainda a ternura de muitas crianças. Samba e carros alegóricos Há semanas que os grupos se vêm preparando para botar figura e cada um à sua maneira, com o seu tema, vai procurar juntar a sua folia e cor à folia e cor de todos os outros, todos concorrendo para um bom e animado cortejo que tem o ponto de concentração junto às escolas primárias, seguindo depois o percurso habitual - ruas Engº. Agnelo Prazeres e Dr. Ângelo Graça, ruas 30 de Junho e Conde de Águeda, voltando à zona do Cruzeiro e regressando ao ponto de partida. Como é habitual, abrirão o cortejo as crianças da Creche e ATL do Centro Social, espalhando pelas ruas e aos olhos dos familiares e circunstantes um onda de ternura, alegria e irrequietude. (De fora ficarão, mais uma vez, os cavalos, bem como automóveis meio podres ou motos na mesma situação, privilegiando assim a organização a segurança dos foliões e participantes, bem como o público em geral). A atracções principais serão o grupo do Cruzeiro e suas majoretes, o grupo de samba das Agras, um cheirinho a carnaval carioca, e o Grupo “Unidos”, de Águas Boas, que aproveita um tema actual - o mundo árabe onde não faltarão as mulheres de rostos tapados e os homens de grandes turbantes. Estes três grupos têm mais de trezentos figurantes. Evidentemente, que a uma festa desta envergadura não poderiam faltar os reis. Se o ano passado foram de Águas Boas (o rei Dany) e de Oiã (a rainha Lília), desta feita “vêm das terras baixas”, mas concretamente do Silveiro. A rainha é Inês Cunha que certamente escolherá o rei a seu contento e, por isso. está ainda no segredo dos deuses. Domingo, se saberá. Depois, o grosso da festa centra-se ainda nos carros alegóricos de instituições, foram todas convidadas, garantem-nos, ou de pequenos grupos ou lugares, o que será sempre uma agradável surpresa, para além dos foliões por conta própria e, segundo rumores, não faltarão, em tom e posição crítica, pares de lésbicas. Influências... Não morasse o par em Oiã. Associação de Carnaval Para colocar um corso destes na rua, é necessária muita carolice e sobretudo muitos euros. Também trabalhos e iniciativas. Uma delas que está a decorrer desde Abril, portanto quase há um ano, é o loto do presunto e do bacalhau, para quem felizmente há sempre apetite. Os apostadores, ao longo do ano, foram sempre mais de centena e meia. Ou melhor os números apostados é que atingiram este record. O resultado é grande ajuda. Outra ajuda esperam-na receber, este ano, da câmara Municipal, através da Associação de Jovens da Silveira (AJAPS). Directamente “a câmara não nos dá nada”, dizem Victor Manuel Almeida Lourenço e Carlos Manuel Oliveira. Nos anos anteriores, a câmara financiava através da Associação de Futebol de Oiã. Além disso, há os patrocínios publicitários, a nível do concelho, mas também de fora. Para obviar esta dificuldade, porque o dinheiro tarda em chegar às comissões ou nem chega, pensa a comissão deste ano (Victor Manuel Almeida Lourenço, Carlos Manuel Oliveira, Amílcar Ferreira Neves, Heitor Santos e Humberto Pires), constituir uma Associação, também com o objectivo de garantir a continuidade do evento, já que é sempre difícil formar as comissões. Mas não é seguro que as receitas cubram as despesas. jogar um pouco às escuras, porque o tempo é sempre condicionante: “se estiver a chover, não vamos ter receita para cobrir as despesas” - lastima-se Victor Manuel Almeida Lourenço.As receitas destinam-se, por um lado, ao suporte de todas as despesas, por outro, o remanescente vai ser distribuído pelos vários grupos participantes, “mediante o tamanho e o trabalho”, conforme Carlos Manuel Oliveira, embora reconheça que não seja muito, mas “sempre é alguma coisa”.
Armor Pires MotaDiário de Aveiro |