No seguimento da notícia publicada na última edição do Jornal da Bairrada, relativa ao volume de obras em curso na paróquia de Avelãs de Cima, damos conta, nesta segunda e última parte do trabalho, do restante “bolo” a que correspondem as obras na Casa da Côdea/Secretaria, 1ª fase do Centro Paroquial e Residência Paroquial. Obras que, tal como referimos na nossa anterior edição, são dignas de fazer inveja a muitas outras paróquias da diocese e do país, já que o seu volume ascende aos 400 mil euros, ficando as mesmas a deverem-se à generosidade da população, de amigos e de pessoas que, cientes das carências com que a paróquia actualmente se debate, se têm associado a esta causa. Uma melhoria significativa para toda a comunidade “Ao ser remodelada a Casa da Côdea e como o telhado da garagem e dos anexos da residência paroquial estavam em suporte no telhado da Casa da Côdea, vamos ter de mexer em tudo, por forma a que a estética dos edifícios seja melhorada, sem danificar o as fachadas destes imóveis que são bastante antigos”, diria, sublinhando também que “os próprios anexos vão ser reconstruídos, mais recuados, com uma sala, lavandaria e arrumos, uma vez que, presentemente, não têm placa nem forro, chovendo lá dentro, como na rua”. O novo Centro Paroquial, que vai albergar, no rés-do-chão, salas individuais de catequese para todos os anos, sala de audiovisuais e sanitários, contemplará, no 1º andar, um Museu de Arte Sacra, para guardar imagens antigas, alfaias litúrgicas e paramentos. Este edifício, que vai nascer no espaço designado por Passal, deverá iniciar-se ainda este Verão e vai ocupar cerca de 300 metros quadrados. Orçada, a primeira fase da obra, em mais de 60 mil euros, será a zona afecta à catequese. Para que esta obra venha a ser uma realidade, “cantamos as Boas Festas de 1998/99 e de 2002/03 o que rendeu mais de 20.500 euros. Este ano, cantámos novamente as Boas Festas que renderam ????”, declarou o pároco, avançando que esta 1ª fase das obras do Centro Paroquial: “são as mais urgentes e que vão possibilitar aos catequistas trabalhar com todos os anos em simultâneo. É melhor para os catequistas, para os catequistas com filhos na catequese, para casais com mais do que um filho em diferentes anos de catequese. Enfim, será uma melhoria significativa para toda a comunidade, assim como haverá possibilidade de assistir a audiovisuais e efectuar trabalhos que, até agora, nos estão vedados, por falta de condições de trabalho nas capelas onde decorrem as várias aulas de catequese” referiu. Salão de festas com palco As obras só ficarão concluídas com a construção de um salão de festas com palco, sanitários e anfiteatro. Esta será a 2ª fase da obra do Centro Paroquial e em relação ao qual já existe projecto desde 1999. O edifício ocupará aproximadamente 400 metros quadrados e virá colmatar uma outra lacuna existente na freguesia: “um espaço para desenvolver a parte recreativa e cultural”. Acrescente-se também que a própria residência paroquial está em obras: “devido às obras em curso, os trabalhos relacionados com a parte eléctrica, águas e saneamento, tiveram de passar pela casa pelo que ao mexer-se no chão da residência vai refazer-se também a cozinha. Presentemente, a casa não tinha fogão, forno, frigorífico porque a cozinha era muito pequena e sem o mínimo de condições, que obrigava a que funcionasse no corredor da casa. Agora vai passar para um espaço mais amplo (uma sala desactivada), passando a cozinha a dar lugar a um hall de entrada de acesso à casa”, disse o pároco. Ajudas solidárias Para fazer face a esta obra de vulto e a um conjunto de outras que se vão seguir, de forma faseada, a paróquia de Avelãs de Cima tem contado com ajudas diversas, sendo a maior e mais entusiástica a colaboração a dos paroquianos. “O grosso das obras realizadas e a realizar, como sempre, devem-se ao empenho, ao esforço e à dedicação dos paroquianos da freguesia e de muitos amigos, que, não sendo da freguesia, colaboram sempre que podem”, avançou o padre Manuel Dinis, sublinhando mesmo os “generosos donativos, provenientes de amigos da freguesia, pessoas com alguma ligação à freguesia, mas que aqui não residem”. O pároco referia-se em concreto a nomes bem conhecidos na região: ao comendador Almeida Soares Roque (Águeda), Manuel Rodrigues Pereira Almeida e Augusto Almeida Gonçalves (ambos de Aguada de Baixo), que já contribuíram com mais de 15 mil euros, mas também com a vasta comunidade emigrante, espalhada pelo mundo, que, sempre que contactada, não se poupa a esforços no sentido de colaborar. Para esta obra já contribuíram com cerca de cinco mil euros. No entanto, o pároco não esquece a sempre prestimosa e disponível colaboração da Câmara Municipal de Anadia que acredita “também será sensível a estas fases da obra”. Sobre a população da freguesia, avançou também que “tenho encontrado três tipos de pessoas: aqueles que, faça o que se fizer, dizem sempre mal; depois aquelas que vão observando, mas em relação às quais as obras nada dizem, são-lhe indiferentes e, por último, a grande maioria, pessoas que vão ficando satisfeitas com o que se vai fazendo, que se sentem entusiasmadas e orgulhosas”. Prova disso mesmo são os casos do peditório realizado na freguesia, em finais de 2003, que rendeu 46 mil euros, admitindo ainda que “neste momento, sentimos necessidade de avançar com a realização de um outro peditório pela freguesia, devido ao volume de obras e ao investimento que está a ser realizado”. Mesmo assim, não deixa de referir várias outras iniciativas uma delas: “ao longo destes anos, foram-se realizando, com alguma regularidade, a Festa das Barraquinhas (este ano, vai já na sua terceira edição) cuja verba angariada tem revertido a favor das obras em curso. Uma iniciativa bem sucedida, uma vez que, para além de contar com a presença e colaboração de todos os lugares da freguesia, também é aceite por muita gente de fora (do concelho e da região) que colaboram e participam adquirindo o que aqui se vende”. Cada uma tem rendido sensivelmente 10 mil euros, mas, paralelamente, os paroquianos têm promovido a venda de bolos/pão, no final da missa, à porta da Igreja Matriz, numa iniciativa que também “tem sido um grande sucesso”. A iniciativa foi já retomada na última semana, com os lugares do Pereiro, Neves do Pinheiro e Porto da Vide e rendeu 288 euros, devendo, agora, prolongar-se até ao final de Setembro (com uma pequena paragem na Páscoa), percorrendo, por três vezes, todos os lugares da freguesia. “Em 2005 esta iniciativa rendeu, de 26 de Junho a 4 de Setembro, 2.552 euros” - revelou o pároco, constatando que isso “revela que, apesar das dificuldades e da crise, as pessoas desejam colaborar e ajudam sempre que podem”.
Catarina CercaDiário de Aveiro |