Decorreu, com grande nível de qualidade, no último sábado, dia 7, mais um concerto de Reis, evento que tem sido proporcionado pelo Grupo Coral de Oiã, ininterruptamente desde a sua fundação, e já lá vão catorze anos, constituindo mais uma excelente jornada cultural, que também teve como cabeça de cartaz o Coro Infantil de S. Simão, aliás reconhecida pelo presidente da câmara, Mário João Oliveira, que marcou presença. Movimento e cor Participaram nesta iniciativa, realizada com o apoio da junta, câmara municipal e Centro Social de Oiã, para além do grupo organizador, o Coro de S. Pedro de Aradas e Coro Infantil de S. Simão, de Oiã, que proporcionaram uma festa diferente do habitual. A dar o mote para a interpretação das várias peças de canto, houve a contextualização do acontecimento no tempo, com a leitura de passagens do antigo e novo testamento e representação de cenas bíblicas, sobretudo a partir da anunciação do anjo a Nossa Senhora, nascimento e adoração. No centro de tudo, o presépio com figuras humanas, Nossa Senhora, S. José -só o menino era de plástico..), quadro que ficou mais bonito e comovente, quando as crianças e jovens o rodearam em cercadura, antes da sua actuação. Este trabalho foi da responsabilidade da Associação Cultural de Aradas (ACAD), através da secção Ilusões & Limitadas, que teve a ajuda de dois actores de recurso (Carlos Réu, do Grupo Coral de Oiã, e Granjeia Seabra, do Grupo de Animação Cultural da Mamarrosa). O espectáculo foi assim enriquecido com jogos de luzes, teatro e vozes, o que constituiu uma grande inovação neste género de actuações, o que, dado o saldo bastante positivo, em princípio, será para continuar em outros concertos, juntando mais movimento e cor, (cor também realçada nos trajes com que cada elemento resolveu vestir-se), o que aconteceu, com êxito, neste concerto de Reis, que teve outra novidade: a apresentação ao público, que compunha a igreja matriz, apesar da noite fria, do Coro Infantil de S. Simão, sob a direcção artística da professora Carla Moreira, que mereceu elogios e muitas palmas, sobretudo com a interpretação de Natal Africano, com que terminou a sua actuação. O Coro teve o apoio, no som, do grupo de teatro Nova Vaga Em beleza terminou o concerto com os coros adultos e assistência a cantar quadras alusivas ao Natal e só os coros cantando o refrão Adeste Fideles. Uma onda de calor humano percorreu a igreja e tocou o coração das pessoas que, de um modo geral, se reviram nos filhos e netos... “Concerto magnífico” No uso da palavra, todos os intervenientes foram unânimes em tecer largos elogios ao espectáculo. O presidente do Grupo Coral, Armando Branco, era um homem duplamente feliz, não só pelo concerto em si, mas por que fora apresentado “o menino” dos seus olhos, e da direcção, o Coro Infantil de S. Simão, que “nos encantou com as suas vozes” e mostrou-se grato ao Centro Social de Oiã e às pessoas que marcaram presença e que concorrem “para que tenhamos sempre um objectivo para a nossa caminhada”. “Se a cultura é também uma vertente da riqueza, então hoje ficámos mais ricos” , afirmaria ainda Armando Branco que terminou ainda por desejar um bom ano para todos. O padre Artur Tavares de Almeida, um dos indefectíveis apoiantes e admirador do Grupo Coral, afirmava, a propósito da actuação, que “quem esteve presente ficou mais rico, quem não esteve, ficou mais pobre”, ao mesmo tempo que se mostrou disponível para receber na igreja mais eventos do género. Carlos Réu, em representação da junta, lembro o esforço que tem sido feito ao longo dos tempos, para a sobrevivência do grupo, apesar da pouca adesão das pessoas aos espectáculos promovidos. Garantiu ainda a continuação dos subsídios por parte da autarquia. Mário João de Oliveira, que esteve muito atento e acompanhado pela esposa, manteve o mesmo diapasão, prometendo apoios. Perante “um concerto magnífico”, que bem saboreou, era impossível ficar indiferente, mas a sua satisfação maior centrou-se na actuação do Coro Infantil de S. Simão, prometendo a atenção da câmara para quem trabalha e produz eventos de qualidade, como era o caso.
Armor Pires MotaDiário de Aveiro |