O ministro da Ciência e Ensino Superior, Mariano Gago, disse hoje que os projectos digitais têm de ser medidos pelos resultados na educação e qualificação, no emprego, na dinâmica cultural e na competitividade das empresas. Mariano Gago falava em Arouca, na apresentação do projecto "Net sobre rodas" que visa familiarizar com as novas tecnologias da comunicação estratos populacionais que têm maior dificuldade de acesso à Internet, por exemplo nos lugares mais recônditos. Chegar a mais pessoas, massificar a utilização das tecnologias de informação e comunicação e combater a info- exclusão são objectivos do "Net sobre rodas", cujas viaturas, equipadas com comunicações via satélite e autonomia energética, vão levar a Internet a lares de idosos, pessoas portadoras de deficiência, infantários e escolas. Referindo-se ao programa das cidades digitais, o ministro disse que oito anos depois do seu lançamento, existe "a experiência do que correu bem e menos bem", que os novos projectos devem ter em conta. "Portugal tem de estar mais ligado, mas a falta de colaboração entre instituições que nos é tradicional não tem de ser uma fatalidade. De nada serve ligar o país todo por fibra óptica se não houver colaboração e trabalho conjunto", advertiu. O ministro salientou que os novos projectos, nomeadamente o que hoje foi apresentado e que se insere num investimento superior a oito milhões de euros para a região de entre Douro e Vouga, "têm pela frente a responsabilidade de juntar as pessoas para objectivos comuns de desenvolvimento". "É um enorme instrumento financeiro que está nas vossas mãos e o valor de um programa desta natureza vai ser medido pelos resultados de indicadores como o impacto na educação, no emprego, na dinamização das associações, na competitividade das empresas, na qualificação das pessoas", disse. Mariano Gago assumiu a "paternidade" do projecto das cidades e regiões digitais, lançado há oito anos, e lamentou que tivesse sofrido uma paragem porque é um instrumento de correcção das desigualdades e o país continua a ter "regiões e zonas muito desiguais". "Se não tivéssemos feito um esforço enorme para ligar todas as escolas à Internet há oito anos, seria hoje um privilégio dos filhos dos mais ricos, porque muitos não têm condições para ter o computador e Net em casa para os seus filhos", observou. O "Net sobre rodas" integra o programa EDV Digital, promovido pela Agência Regional de Desenvolvimento do Entre Douro e Vouga e pelas cinco câmaras do respectivo agrupamento de municípios: Arouca, Vale de Cambra, Feira, São João da Madeira e Oliveira de Azeméis. O EDV Digital compreende também a ligação em banda larga dos cinco municípios, com várias instituições e empresas da região, para a prestação de múltiplos serviços, eliminando burocracias e reduzindo os custos de comunicação.Diário de Aveiro |