Nos bancos da escola, na catequese e no relacionamento do dia a dia com os mais idosos, sempre fomos aprendendo que a noite de Natal é uma noite destinada à família, uma noite de paz, de partilha, de amor e de tantas outras coisas bonitas.

Pois bem, foi essa a noite escolhida para alguns jovens se dedicarem à vandalização daquilo que é de todos e que saiu caro à maioria dos seus progenitores.

Depois das consoadas com os familiares, toda ou quase toda a malta jovem da povoação se juntou nas imediações da Escola Primária e do Centro Cultural e Recreativo, local onde juntaram uns quantos cepos, uns pneus para os ajudar a arder e provavelmente alguma lenha subtraída nas redondezas. Até aqui, tudo bem. Era um convívio salutar.

O calor da fogueira terá provocado alguma “secura” nas gargantas e nada melhor do que humedecer as mesmas com umas loiras, espumante ou outro tipo de bebida aconselhada. Como estavam perto de casa, também por aqui não vinha mal algum.

O que terá acontecido depois é que a destilação dos “iogurtes” ingeridos, terá provocado bastante azia em alguns deles, a ponto de pretenderem fazer algumas diabruras que alguns dos mais velhos lhe aconselharam a não fazer (entre elas a queima dos bancos da capela).

Como parte dos elementos mais velhos se foi embora para evitar dissabores, os “heróis” resolveram então entrar em acção, queimando parcialmente um ou dois atrelados de uso manual nas lides agrárias, invadindo o recinto escolar que está murado e com rede, propriedade do Estado, partindo um vidro frontal da sala de aula e um outro na fachada posterior do edifício. Não satisfeitos, destruíram por completo uma amoreira com cerca de cinco anos, paga pela Junta de Freguesia, e que já fornecia algumas folhas para a criação dos bichos-da-seda de alguns alunos.

Para encerrar os “festejos”, colocaram um bocado de madeira em combustão debaixo de uma carrinha de atletismo, que só por mero acaso não pegou fogo. A verificar-se, teria “dizimado” esta, e provavelmente, o edifício do Centro Cultural, já que a mesma está estacionada por baixo de uma varanda do edifício.

Esta é a juventude que irá gerir o país dentro em pouco. Belo exemplo de cidadania.

A Guarda Nacional Republicana deslocou-se ao local, tomando conta da ocorrência, sendo igualmente dado conhecimento à delegação escolar e à Junta de Freguesia de S. Lourenço do Bairro.

A.O.C.
Diário de Aveiro