O parque escolar de Anadia, com escolas já centenárias, vai ser reorganizado em três pólos educativos, de acordo com um programa que mereceu hoje a concordância do secretário de Estado da Educação, Valter Lemos. O programa foi proposto hoje pela Câmara de Anadia, que pretende melhorar a qualidade do ensino e reduzir os custos, já que as instalações escolares estão espalhadas por 62 locais, prevendo a desactivação de todas as actuais escolas do primeiro ciclo. Tendo por base estudos da origem dos alunos, o programa de reorganização da rede escolar prevê a concentração em três pólos: um em Anadia, outro em Vilarinho do Bairro e o outro em Sangalhos. A Câmara assumirá a responsabilidade da construção de dois deles, devendo recorrer ao crédito bancário para iniciar as obras, sendo o outro construído a expensas do Estado, em terrenos a ceder pela autarquia. Valter Lemos, após a exposição do projecto, considerou que "está bem pensado e articulado, com um figurino que está de acordo com a lógica que o Ministério procura imprimir". "É um projecto bastante sensato, que reparte os custos entre o poder central e o poder local e obedece a uma estratégia que é comum entre a Câmara e o Governo", disse à Lusa Valter Lemos, no final da reunião com os responsáveis autárquicos. O secretário de Estado considera que é possível brevemente firmar com a autarquia um protocolo para avançar com a reestruturação do parque escolar de Anadia e admitiu como possível o calendário previsto no programa, que aponta a entrada em funcionamento das novas escolas em 2009, sem contudo assumir um compromisso definitivo. Litério Marques, presidente da Câmara de Anadia, disse à Lusa que a proposta ao Ministério surge da constatação de que as intenções da autarquia se adaptavam ao novo figurino definido pelo governo e classificou o encontro com o secretário de Estado como "muito positivo". "Vamos começar já a trabalhar", comentou. O parque escolar actual é caracterizado por dois agrupamentos verticais, com 62 edifícios no pré-escolar e primeiro ciclo, a maioria dos quais com mais de 50 anos e um deles da primeira metade do século XIX. Ao nível do segundo e terceiro ciclos, excepção feita à escola de Vilarinho do Bairro, construída em 1992 e que será para ampliar, funcionando como um dos três pólos educativos, todas as outras escolas, construídas na década de setenta, estão degradadas e não reúnem condições para diversas actividades, como práticas laboratoriais. No ensino secundário, a escola de Anadia, frequentada por 800 alunos, não tem condições elementares de segurança. Há zonas edificadas onde as viaturas dos bombeiros não têm acesso e escadas com apenas um metro de largura, que em caso de necessidade de evacuação podem criar situações críticas.Diário de Aveiro |