QUERCUS ANUNCIOU HOJE TER INTERPOSTO UMA PROVIDÊNCIA CAUTELAR

A associação ambientalista Quercus anunciou hoje ter interposto uma providência cautelar junto do Tribunal Administrativo para impedir a Câmara de Anadia de extrair inertes numa zona da Reserva Ecológica Nacional (REN).

Numa nota à imprensa, a Quercus acusa a Câmara de Anadia de estar a cometer "um gravíssimo atentado ambiental" em terrenos que adquiriu a particulares no Vale de Salgueiros, na freguesia de Arcos, abrangidos pela REN, onde tem estado a extrair saibro e terra, tapando depois os buracos com entulho.

Segundo aquela associação ambientalista, entre os materiais usados para reposição dos terrenos figuram resíduos considerados perigosos, nomeadamente placas de fibrocimento que poderão ter amianto.

Num total de 21 hectares de pinhal e mato, a autarquia terá procedido ao abate de árvores em cerca de 10 por cento da mancha florestal, diminuindo a capacidade de retenção de poluentes e colocando assim em perigo a qualidade das águas subterrâneas.

Na providência cautelar, apresentada quarta-feira passado no Tribunal Administrativa de Viseu por um grupo de cidadãos e em que a Quercus é assistente, é requerido que a Câmara de Anadia e o seu presidente sejam condenados a retirar os resíduos já depositados e a reflorestar a área.

É ainda requerido que a autarquia se alterar a delimitação da Reserva Ecológica Nacional e Reserva Agrícola Nacional, por forma a poder dar uso industrial aos terrenos em causa, já que a Zona Industrial de Alféloas, que lhes é próxima, não tem ainda esgotados os 50 hectares de área definida.

Os ambientalistas reclamam também que a Câmara e o seu presidente sejam condenados ao pagamento de uma sanção pecuniária compulsória até ao cumprimento da sentença.

A Agência Lusa tentou obter um comentário da Câmara de Anadia, o que não foi possível até ao final do dia.
Diário de Aveiro



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