A chuva intensa que caiu no mês de Outubro afectou a qualidade de algumas origens de água no Norte do país, segundo o relatório da Comissão para a Seca 2005 hoje divulgado pelo Instituto da Água (INAG). Nas regiões Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve não foram detectadas alterações significativas na qualidade da água, mas no Norte verificou-se deterioração da qualidade bacteriológica em algumas origens, nomeadamente nas captações de Vau (rio Ouro), Foz do Corgo (rio Douro) e Cavada (rio Coura). A diminuição da qualidade da água foi referenciada por dez municípios (38.567 pessoas), mas a situação está a ser acompanhada pelas entidades gestoras, através do reforço do sistema de análises e tratamento da qualidade da água para consumo humano. De acordo com o documento, relativo à última quinzena do mês de Outubro, no dia 31, não se registavam áreas em seca severa ou extrema. No entanto, a maioria das entidades responsáveis pelo abastecimento público urbano com problemas nas origens de água mantêm medidas de contenção do consumo. Cerca de 30 mil pessoas continuam a estar sujeitas a reduções nos períodos de abastecimento e quase 35 mil habitantes continuam a necessitar de auto-tanques para encher os reservatórios dos sistemas de abastecimento. Entre 01 de Janeiro e 20 de Outubro de 2005, os bombeiros foram mobilizados para um total de 20.589 operações de abastecimento de água. O aquífero de Querença-Silves (Barlavento algarvio) continua a ser prioritário para o INAG que decidiu, após uma reunião com técnicos e hidrogeólogos, reforçar a monitorização, identificar, por telegestão, as áreas regadas e tomar medidas de limitação da entrada de água salgada. O INAG vai avaliar a possibilidade de manter a actual exploração para abastecimento e agricultura e, caso não ocorra precipitação, a necessidade de impor restrições.Diário de Aveiro |