Fiel a uma tradição, que já dura há muitos anos, o que tem levado a ser dos poucos clubes a manter o futebol, o Couvelha depressa arranjou direcção, para não deixar morrer os princípios que tem norteado o clube, como a humildade das suas gentes em que o futebol se mantenha na terra. No campo desportivo, o Couvelha apenas aspira à manutenção. Fez regressar Rui Santiago que espera contar com mais jogadores para guindar o clube aos objectivos propostos. Manter a actividade Alberto Portovedo, radicado há 19 anos nos EUA, é o novo presidente do Couvelha. É a sua primeira experiência como dirigente, depois de ter jogado futebol nos juniores do Oliveira do Bairro, um ano nos seniores do Paredes do Bairro e, nos states jogou dez anos no Valença Bar, no futebol amador. Questionado sobre os motivos que o levaram a ser presidente, Alberto Portovedo disse: “A minha convicção é a de que não devemos deixar morrer a tradição. O Couvelha é um clube com 80 anos, penso que é dos poucos clubes da zona que tem conseguido manter o futebol por mais anos, e a ideia é manter o clube e o Centro Cultural, sempre com a mesma humildade como é apanágio nesta terra”. Sobre o que esta direcção se propõe a fazer, Alberto Portovedo adiantou que “já fizemos algumas melhorias como a pintura dos balneários, novos chuveiros, banheira de emersão, e será feita uma cobertura como complemento do bar, junto ao parque de estacionamento. É tradição neste clube, no final dos jogos, haver um convívio, não só com as pessoas que nos visitam, mas também com os adeptos e simpatizantes do Couvelha”. O presidente do Couvelha ainda não tem o orçamento definido e espera que o povo de Couvelha continue a apoiar, agradece aos patrocinadores e amigos dentro e fora do lugar, e à ajuda de alguns colaborações da terra e fora dela, que de forma gratuita estão ajudar a direcção. Em relação aos apoios, Alberto Portovedo, como sempre, espera o apoio da Câmara Municipal de Anadia, da Junta de Freguesia de S. Lourenço do Bairro, dos patrocinadores, tanto de Couvelha como dos lugares limítrofes, bar da sede, do campo, dos emigrantes couvelhenses espalhados por todas as partes do mundo, assim como com todos os sócios e simpatizantes. “Pedimos todo este apoio para que o clube continue a tradição dos últimos 80 anos. Pedimos também o apoio ao lugar de Couvelha. Como tantos outros, gerir um clube dá muito trabalho, e o clube não é da direcção mas sim de todos os couvelhenses”. Para além dos prémios de jogos e presença aos treinos, ninguém ganha nada: “Os jogadores que aqui estão jogam por gosto, o treinador também, estão pela convivência. No final dos treinos e jogos há sempre um jantar, porque este clube tem uma matriz que é a humildade, que quer continuar a preservar”, revelou Alberto Portovedo. Sobre os objectivos, o timoneiro do Couvelha disse: “É a manutenção numa série que nos seja economicamente favorável. Queremos fazer o melhor possível. Peço compreensão aos jogadores, equipa técnica, e com a ajuda de todos é possível alcançar os nossos objectivos”. Plantel limitado Três anos depois, Rui Santiago está de regresso ao Couvelha. Como jogador jogou no Paredes do Bairro, Couvelha, Azenha e Pedralva, tendo subido seis vezes de divisão. Abraçou a carreira de treinador, e como adjunto de Carlos Alberto, subiu o Azenha, e no Couvelha, já como treinador principal, conseguiu dois quartos lugares. Nas últimas épocas o seu percurso foi no Febres. Na equipa sénior fez o melhor terceiro lugar num universo de três séries, sucedendo o mesmo com a equipa de juniores. Agora, voltou ao Couvelha e sobre o regresso, Rui Santiago disse: “Penso que não regressei na melhor altura, e regresso sempre em situações em que o Couvelha mais precisa. A equipa está carente de jogadores para várias posições o que me deixa preocupado”. Rui Santiago só tem 18 jogadores, muito escasso para um campeonato longo, daí adiantar que precisa de mais três ou quatro jogadores. Diz ser difícil, porque ninguém quer jogar de borla, mas tanto ele como a direcção estão a tentar ultrapassar esse problema. Estando limitado nas escolhas, Rui Santiago antevê um campeonato difícil: “Com as armas que temos vamos lutar e fazer tudo para garantir a manutenção. Sei que vai ser muito difícil, mas acredito nos jogadores que estão”.
Manuel Zappa PLANTEL Guarda-redes: João (ex-Paredes do Bairro) e Rafael (ex-Febres). Defesas: Alex, Fernando Alves, Dinis Torres, Franklim (ex-Paredes do Bairro) e Luís Mota (ex-Febres). Médios: Miguel Rainho, Seabra, Miguel Cruz, Pires, Paulo Duarte, Rato (ex-Mogofores), Nogueira (ex-Arinhos) e Carlos (regresso). Avançados: Ricardo (ex-Paredes do Bairro), Vítor Gouveia (regresso) e Nuno (1.ª inscrição). Treinador: Rui Santiago Treinador adjunto: João DiasDiário de Aveiro |