No próximo domingo, dia 9 de Outubro, vamos ser chamados a votar para os órgãos autárquicos. As eleições para os diferentes poderes autárquicos são bastante importantes e talvez a essência da democracia. As autarquias têm sido o motor do nosso desenvolvimento regional e nacional, mas também têm, em muitas ocasiões, contribuído para o nosso endividamento colectivo. Mas o saldo geral da gestão autárquica nos 30 anos de democracia é claramente positivo e o nosso voto deve valorizar essa conquista. Numa altura em que a proliferação de candidatos rebelados contra os sistema partidário, contra a justiça que não temos, contra fantasmas que eles próprios inventaram, devemos, em minha opinião, premiar com o nosso voto, seja ele qual for, a disponibilidade de muitos portugueses aparecerem motivados e empenhados a defenderem as suas pequenas freguesias ou concelhos. O fortalecimento e a maturidade do poder autárquico são essenciais para o desenvolvimento do nosso Portugal. Elegendo as juntas de freguesia, a Assembleia Municipal e Câmara municipal, os cidadãos de cada concelho validam, com o seu voto, a escolha de pessoas que na maioria das vezes lhes são próximas e por isso percebem bem os seus problemas. Essa é a essência da democracia e do serviço público. Sabemos, sobretudo que isso é mais verdade nos pequenos concelhos do que nas grandes urbes, mas, ainda bem, pois a nossa Bairrada é um somatório de pequenos grandes lugares. Votar é, pois, um imperativo para o desenvolvimento da nossa terra e votar, sem reflectir ou por impulso, significa normalmente votar em quem não se que ser e provoca, a médio prazo, a falência da própria democracia, pois, nos sentimos atraiçoadas pelas escolhas irreflectidas que fizemos anteriormente. * Abraham Lincoln (presidente dos EUA) António Granjeia* *Administrador do Jornal da BairradaDiário de Aveiro |