A Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Primária de Vila Verde (APEEEVV) exige mais um professor para a escola primária. Dizem estar indignados pelo facto de ter sido retirado um docente da escola, o que obriga a um desdobramento das classes, uma vez que, no ano passado, tinham quatro professores, um por cada classe António Oliveira, elemento da APEEEVV, argumenta que a escola mantém o mesmo número de alunos do ano anterior, pelo que não há explicação para o “desaparecimento de um professor”. “Estamos dispostos a ir até ao fim”, argumenta um outro pai que fez saber que já seguiu um abaixo-assinado com 280 assinaturas para a Direcção Regional de Educação do Centro (DREC). Mas a presidente do Agrupamento de Escolas, Júlia Gradeço, garante que a escola está dentro da legalidade e que a última palavra compete à Direcção Regional de Educação do Centro (DREC). Numa carta enviada ao Centro da Área Educativa de Aveiro, responsáveis pela Comissão de Pais consideram “injusto e inconcebível que numa sociedade em que a educação tem de ser uma das primeiras prioridades e que constitui um direito incontestável para as nossas crianças, que a escola não tenha um professor por turma”. Questionam ainda sobre o “critério de distribuição de alunos por turma neste agrupamento”, interrogando-se ainda “se a legislação só foi aplicada na escola de Vila Verde, por ser a única escola do Agrupamento sem vagas? E aqui ao lado a poucos quilómetros (três) com a escola da Serena com quatro alunos! Existe responsabilidades deste agrupamento e autarquia para que tal se justifique”? Os pais dizem ainda que estão “perplexos em constatar que as nossas crianças irão ser prejudicadas com a situação criada”. Abaixo-assinado Lê-se, no abaixo-assinado, que as crianças, com a falta do quarto professor, “vão ser prejudicadas a todos os níveis: pessoal, moral, cívico e, pensamos, que o mesmo se irá passar a nível pedagógico”. Mais argumentam que “como cidadãos empenhados, não podemos aceitar a situação exposta, que é uma realidade difícil de aceitar (?) com a determinação de encontrar uma solução para as nossas preocupações, continuaremos a defender estes valores (harmonia, estabilidade e colaboração). Leontina Novo, vereadora da educação, diz que a culpa é do Agrupamento de Escolas e da Direcção Regional de Educação do Centro (DREC) e que a Câmara Municipal de Oliveira do Bairro só interfere no fecho das escolas e nas obras a executar. Relativamente à escola da Serena, “os pais tinham o direito de ser ouvidos em relação ao fecho ou não da escola, e optámos em conjunto por permitir que os alunos terminassem o último ano”, disse Leontina Novo. Legalidade Por seu lado, Júlia Gradeço, presidente do Agrupamento de Escolas, afirmou ao Jornal da Bairrada que a distribuição das turmas na Escola de Vila Verde “é perfeitamente legal” e que comparativamente ao ano passado, o número de alunos diminuiu. Júlia Gradeço explicou ainda que “os pais não podem, de forma alguma, apontar o dedo à escola da Serena, uma vez que os poucos alunos que a frequentam, estão no último ano e os pais pediram para não fecharem a escola, apesar do seu entendimento ser outro”. “Se na escola de Vila Verde tivesse existido alguma ilegalidade, era a primeira a estar ao lado dos pais. Mas não foi isso que aconteceu”, referiu Júlia Gradeço. Esta responsável esclareceu ainda que em 2004 - 2005 “estavam matriculados sete alunos com Necessidades Educativas Especiais (ANEE) e foi feita avaliação presencial pelas Equipas de Coordenação dos Apoios Educativos (ECAE) destes alunos e dos casos de alunos com dificuldades de aprendizagem, que eram em número superior ao normal”. “Fomos todos, órgão de gestão e professores, alertados para o facto de se tratar de uma situação excepcional, em relação à constituição da quarta turma, o que não deveria futuramente ser apontado como exemplo”. Assim, em 2005 - 2006, estão matriculados seis alunos com NEE. O número de alunos é realmente o mesmo. No entanto, e pelo que foi referido acima, não há razões para a constituição de uma 4ª turma, uma vez que esta distribuição está absolutamente dentro da legalidade”.
Pedro Fontes da CostaDiário de Aveiro |