PARLAMENTO RECOMENDA PRODUÇÃO DE ENERGIA COM RESÍDUOS FLORESTAIS

O Parlamento aprovou ontem um projecto de resolução do PSD para que o Governo abra um concurso público para a instalação e exploração de centrais térmicas de produção de energia eléctrica a partir de resíduos florestais.

O projecto de resolução social-democrata, aprovado por unanimidade, recomenda que o Governo aproveite os 3,5 milhões de toneladas anuais de resíduos florestais para a produção de energia, promovendo em simultâneo a limpeza da floresta.

O projecto de resolução do PSD cita estudos do Centro da Biomassa para a Energia que indicam a possibilidade de se instalarem centrais na região Centro, Norte, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.

"Com base na experiência concreta da Central de Biomassa de Mortágua, este conjunto de novas centrais pode vir a valorizar energeticamente cerca de dois milhões de toneladas/ano de resíduos florestais, criando mais de 650 postos de trabalho directos, qualificados", afirma o documento.

Segundo o PSD, "a serem concretizadas, essas centrais dinamizarão o mundo rural, pois a remuneração esperada desses resíduos, a pagar a proprietários e a empresas de exploração florestal, pode atingir cerca de 40 milhões de euros/ano, com um horizonte de 25 anos de funcionamento pleno".

O investimento previsto para o estabelecimento dessas centrais é de cerca de 420 milhões de euros, acrescenta o projecto de resolução.

Segundo dados divulgados a 30 de Agosto, pelo ministro da Administração Interna, António Costa, os incêndios florestais consumiram desde o início do ano uma área estimada em 240 mil hectares, um valor obtido através da análise das imagens de satélite.

A área ardida confirmada no terreno até 28 de Agosto era de 166.339 hectares, segundo a Direcção-Geral de Recursos Florestais, que detectou 28.670 incêndios.

Os maiores valores de área ardida registaram-se nos distritos de Coimbra (22.661 hectares), Aveiro (19.108), Leiria (18.822) e Vila Real (17.559).

Em 2004 arderam em Portugal cerca de 129.539 hectares e em 2003, o pior ano das últimas duas décadas, a área destruída pelo fogo ultrapassou os 425.000 hectares.

Fonte do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil (SNBPC), disse à Lusa a 01 de Setembro que morreram 15 pessoas em consequência dos incêndios florestais em Portugal, 11 das quais bombeiros.
Diário de Aveiro



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