Os incêndios deste ano já queimaram uma área de 255.920 hectares, quase o dobro do total registado em 2004, de acordo com o balanço da Direcção-Geral de Recursos Florestais difundido hoje. O relatório da área ardida destaca que até domingo passado, o número de fogos registados este ano (6807 incêndios florestais e 24.201 fogachos) foi 50 por cento superior ao registado no mesmo período de 2004. Em termos de área ardida, o valor provisório atingido este ano é quase o dobro do total registado em 2004, quando arderam 129.539 hectares. Mesmo assim, a área ardida este ano não chegou aos números de 2003, quando arderam mais de 400 mil hectares, mas já superou a média dos últimos cinco anos (172.912 hectares). O distrito mais afectado pelos incêndios é Coimbra, com 46.812 hectares ardidos, seguindo-se Vila Real (29.967 hectares) e Santarém, (26.357). O maior número de ocorrências foi registado no distrito do Porto, onde deflagraram 6.852 fogos, seguido de Braga (4201) e Aveiro (3849). Agosto foi, de longe, o pior mês de incêndios este ano, com 9.667 ocorrências e 171.620 hectares ardidos. O segundo pior foi Julho, com 7.221 fogos, quase tantos como os ocorridos nos primeiros quatro meses do ano. Das 31.008 ocorrências registadas até 11 de Setembro, 23.319 são posteriores a Maio. O maior incêndio deste ano deflagrou a 12 de Agosto na localidade de Arrifana, concelho de Vila Nova de Poiares, e consumiu 12.147 hectares, tendo sido provocado pela acção de "máquinas e equipamentos". Oitenta incêndios queimaram, cada um, mais de 500 hectares, correspondendo a 70 por cento da área ardida já apurada este ano. Destes, quatro (nos concelhos de Silves, Albergaria-a-Velha, Penalva do Castelo e Pampilhosa da Serra) foram causados por incendiários, de acordo com o relatório provisório da polícia florestal. O vandalismo causou 16 dos grandes incêndios deste ano, o lançamento de foguetes foi responsável por dois, e cigarros mal apagados provocaram um incêndio que consumiu 950 hectares. A dimensão dos incêndios reflecte as condições meteorológicas, marcadas por uma das piores secas dos últimos anos.Diário de Aveiro |