RUAS VIRARAM TAPETES FLORIDOS PARA PASSAR A PROCISSÃO

Foi no passado fim-de-semana de 6 e 7 de Agosto, que se realizou a festa em honra de Nossa Senhora de Alumieira, na Lavandeira, após quatro anos sem festejos e pela primeira vez depois do restauro da capela e arranjo do adro envolvente.

Estes meses de verão são preenchidos por festas em quase todos os lugares do concelho, o que de resto faz o regalo dos nossos emigrantes (em número considerável no lugar) que as aproveitam bem para matar saudades.

A festa em honra de Nossa Senhora de Alumieira na Lavandeira é uma das muitas festas de aldeia que passa despercebida a quem não lá vive. No entanto, a comissão de culto, que iniciou funções há cerca de um ano, aquando do início do restauro da capela, resolveu unir esforços para realizar os festejos que estavam adormecidos há quatro anos, também com o intuito de angariar fundos para pagar o arranjo da capela.

Assim, com a intenção de marcar pela diferença e fazer de uma pequena festa de aldeia um acontecimento digno de enaltecer, “importaram” dos Açores por sugestão de Idália Martins de lá natural, e transformaram o normal tapete de alcatrão das estradas em coloridos tapetes de flores e serrim colorido para passar a procissão.

Foi esta a forma que a comissão de culto e ao mesmo tempo comissão de festas encontrou para destacar e valorizar a festa, dando especial relevo à parte religiosa, que sendo o motivo da realização da festa, tantas vezes passa despercebida.

A procissão foi precedida da celebração da eucaristia, onde o templo foi pequeno para as pessoas que quiseram participar desse momento alto, que é louvar a Deus e, neste caso particular, também a Nossa Senhora de Alumieira.

Foi com muito agrado e até espanto, que as pessoas acolheram esta iniciativa, a julgar pela adesão que houve por parte de quem participou na elaboração dos tapetes, que, às cinco horas da madrugada de Domingo, começavam já a colorir as estradas. No final da procissão e no decorrer da tarde, eram muitos os comentários que davam conta da satisfação das pessoas por terem vivido e assistido a uma procissão, revestida de encanto.

Esperemos que esta seja uma iniciativa para vigorar daqui para a frente, pois estas são as páginas bonitas da história que se escreve no presente e que alguém recordará no futuro.

Aproveitemos o entusiasmo para criar novos meios de enaltecer o que de melhor temos na nossa terra, ou para retomar costumes que se perderam com o tempo e com quem os criou. É assim que podemos homenagear os nossos antepassados e dar testemunho dos valores sociais religiosos e culturais que eles nos deixaram.
Diário de Aveiro



Portal d'Aveiro - www.aveiro.co.pt