VARIANTE INAUGURADA ENTRE ROL DE REIVINDICAÇÕES

Em dia de inauguração de uma das vias que vem melhorar, significativamente, a rede viária na região, aproximando e encurtando as distâncias entre Oliveira do Bairro e Sangalhos - pela qual se esperou mais de duas décadas-, a verdade é que os autarcas dos municípios de Oliveira do Bairro e de Anadia aproveitaram a vinda de um membro do Governo para relembras as várias carências com que os dois municípios se continuam a debater, a nível viário.

Embora tenham considerado a nova variante à EN 235 como uma “via estruturante”, “muito importante para as populações” e “vital para as acessibilidades dos dois concelhos”, Litério Marques e Acílio Gala não esqueceram questões como o atraso na construção da variante ao IC2, inexistência de um nó de Acesso à A1 em Anadia, nova Ponte de Canha, alargamento da Passagem Superior sobre o caminho de ferro em Oliveira do Bairro, construção do troço que vai do nó Norte desta variante a Mamodeiro, semaforização da rotunda da Zona Industrial de Oiã e do cruzamento do Silveiro, entre outras.

Variante ao IC12, para quando?

Litério Marques, que se mostrou orgulhoso por ter “finalmente” no seu concelho “a primeira estrada com perfil de verdadeira estrada”, não deixou de sublinhar estar triste, por a mesma ainda não chegar à cidade de Anadia. É que o edil anadiense teme que a realização desta e outras aspirações viárias demorem a chegar: “se a Variante à EN 235 demorou cerca de duas décadas, espero que, o mesmo não aconteça em relação à Variante ao IC2”.

Litério Marques voltou, mais uma vez, a destacar que “Anadia está bloqueada”, e, em jeito de ironia, lá foi dizendo dever-se esse facto “às máquinas da Estradas de Portugal não conseguirem passar pelo Rio Cértima”.

Ponte de Canha e Nó à A1 são prioridades

Apreensivo quanto ao futuro e à beneficiação da rede viária que atravessa o seu concelho, Litério Marques lamentou que os automobilistas tenham de, após nove quilómetros de boa estrada, assistir a uma inserção como aquela que existe na actual Ponte de Canha, deixando bem claro que, neste ponto, não lhe interessam mais promessas, mas, sim, “a realidade da construção de novos tabuleiros sobre o rio Cértima”.

O edil explicou ainda que, com a abertura ao trânsito desta nova via, a Câmara anadiense irá requalificar a velha EN 235: “vamos agora poder responder também às aspirações e solicitações da população de Sangalhos”.

Reconhecendo que, com esta via, foi também realizado o acesso à Zona Industrial do Paraimo “que ganhou um novo impulso, estando, neste momento, todos os lotes vendidos”, o edil anadiense acrescentou também que o velho problema se mantém - a inexistência de um nó de acesso à A1: “Anadia tem todas as condições e embora tenham sido realizadas inúmeras reuniões e a Câmara se tenha disponibilizado para colaborar, a verdade é que parece haver muita falta de vontade política”.

Um recado ao secretário de Estado que ouviu ainda de Acílio Gala vários reparos.

Baterias apontadas à REFER

Crítico e contundente qb, Acílio Gala começou por sublinhar o facto de ainda faltarem concluir vários arranjos urbanísticos nesta via, contudo o edil oliveirense apontaria as baterias à REFER que, na sua opinião, “não deu qualquer colaboração para o alargamento da Passagem Superior sobre o caminho de ferro, apesar de todas as diligências feitas nesse sentido, não só pela EP-Estradas de Portugal como também pela Câmara Municipal, que se propôs até assumir o compromisso de elaborar o respectivo projecto.”

De acordo com o autarca, a questão é grave e não pode ser esquecida até pelo “estrangulamento que agora se verifica” e que espera “não seja causa de futuros acidentes”.

Acílio Gala avançou ainda com a disponibilidade da autarquia para requalificar o troço da EN 235, entre a rotunda norte e o limite com o concelho de Anadia. A obra deverá arrancar no primeiro trimestre de 2006, devendo estar concluída até ao final do ano, ao mesmo tempo que falou da contribuição da Câmara de Oliveira do Bairro para a construção da rotunda sul de Oliveira do Bairro e respectivos acessos para nascente e poente, com a importância de 346 mil euros.

Semaforização é urgente

Para Acílio Gala “falta ainda a construção do troço que vai do nó Norte desta variante a Mamodeiro”. Uma obra que considera “urgente” - o traçado já está previsto - caso contrário “vamos ter filas intermináveis de viaturas na vila de Oiã e junto à ZIO com todas as consequências daí decorrentes”.

O autarca responsabilizaria ainda, na sua intervenção, o director de Estradas de Aveiro por ter assumido a responsabilidade de construir a semaforização da rotunda da ZIO, até ao final do ano, assim como alertou para a urgente necessidade de proceder à semaforização do cruzamento do Silveiro “a fim de evitar a continuação de acidentes naquele local.”

“Dois pontos negros”, como diria, “integrados na segunda fase da variante”, alertando ainda o membro do governo para o facto de a Câmara já ter feito e pago os estudos: “Esta é a nossa colaboração. Espero que a EP assuma as suas responsabilidades”, acrescentou.

Acílio Gala questionou também o membro do governo relativamente à ligação entre Aveiro/Águeda via ZIO, ou seja, a construção do troço de estrada entre a ZIO, a EN255 e a Ponte de Perrães, EN 333. Do rol de questões, o edil falou ainda do eixo estruturante nascente/poente do concelho, ligando a A17 a à A1, bem, como o túnel, numa extensão de 600m, que atravessará a cidade de Oliveira do Bairro e cuja inserção já está prevista nas obras que agora foram inauguradas.

Em resumo, para Acílio Gala “estas duas acessibilidades, o estruturante nascente/poente e o túnel constam das candidaturas na altura apresentadas”.

Catarina Cerca
Diário de Aveiro



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