Sorrisos rasgados, indumentária nova, testes físicos e exames médicos concluídos, o Oliveira do Bairro deu o pontapé de saída com a pretensão de alcançar a permanência quanto antes e com menos dinheiro disponível. A aposta em jogadores da região e da prata da casa continua, num clube que não muda a sua política de orientação e que tão bons resultados tem dado nas últimas épocas.

A mesma estratégia

Galinha gorda por pouco dinheiro, já se sabe, é impossível. Foi a pensar neste argumento que a Comissão Administrativa (CA) planeou a próxima época, a época da reformulação dos campeonatos. De uma época para a outra, os responsáveis bairradinos baixaram o orçamento 10%, mas não retiraram valor e competitividade a um plantel que conta com a base da época transacta, reforçada com cinco jogadores - três deles constituem regressos - e a promoção de dois juniores, num esqueleto formado pela prata da casa e escalões de formação.

Isso mesmo foi testemunhado por Vítor Sampaio, membro da CA e responsável pelo futebol sénior: “Tentámos dentro dos condicionalismos financeiros do clube seguir a estratégia dos últimos anos, apostando num grupo cuja essência vem da época passada. Não mexemos muito, reforçado com algumas pedras, e a integração de alguns jogadores da formação”.

Vítor Sampaio perspectiva um campeonato mais difícil do que o da época passada por força da reformulação do quadro competitivo, da perda de Edson, da incógnita de como a equipa vai suprir a sua falta, mas opinou que “com o querer da equipa técnica e do valor dos jogadores”, augura que “o Oliveira do Bairro vai fazer um campeonato engraçado e sem grandes preocupações”.

À vista desarmada, falta um ponta-de-lança. Vítor Sampaio não se mostra, para já, preocupado: “Não sei se falta. Temos o Luís Barreto, outros jogadores que podem ser adaptados, como tem sucedido em outras épocas”.

Vítor Sampaio concorda, parcialmente, com as quatro séries na II Divisão: “Vai ao encontro daquilo que pretendíamos, ou seja, mais competitividade, equipas mais próximas e mais assistências aos jogos. Há, no entanto, uma coisa a rever, que é a ambição de subir. Continua a ser um campeonato para estar. A Liga de Honra devia ser mais regional”.

No que concerne a apoios, o membro da CA gostaria de contar com o apoio do tecido empresarial da região, dos amigos do clube. A Labicer vai continuar a ser o sponsor principal, e a autarquia na mesma linha dos últimos anos.

Mais e melhor

Pragmático q.b., Rui França joga com a segurança das palavras para perspectivar a nova época: “Os objectivos são os mesmos da época passada, se possível fazer melhor ao nível da classificação”.

Questionado sobre a mudança do quadro competitivo, o treinador bairradino teve uma tirada curiosa: “Se concordo? Se veio das cúpulas, só tenho que cumprir ordens. Melhor ou pior, vamos aguardar para ver”.

Com menos equipas (15), as mesmas (4) que descem, com novo modelo, Rui França esclarece que “o campeonato vai ser mais competitivo, mas competitividade não é sinónimo de qualidade. É uma mudança e a fase de transição é sempre complicada. Vamos aguardar, serenamente, conscientes que temos valor para nos mantermos nesta divisão”.

Sobre o avançado que falta para fechar o plantel, Rui França não está preocupado: “Com trabalho e com a resposta dos jogadores é que irei decidir. Conheço bem os reforços, há mais soluções para a frente de ataque, os jogos-treino irão dizer se falta alguém”.

Manuel Zappa
Diário de Aveiro