O Programa de incentivos à Modernização da Economia (Prime) deverá conduzir a 4,7 milhões de euros de investimento nas empresas, estimulado por 1,5 milhões de euros de financiamento público, disse hoje o gestor do Prime. De acordo com Nelson Sousa, a inovação e a internacionalização das empresas deverão absorver mais de metade dos recursos. O gestor, que falava na apresentação das linhas de reformulação do Prime, adiantou que, para relançar o investimento a curto prazo, vai ser desbloqueado um número significativo de projectos e feita a aprovação "a curto prazo" dos que deram entrada. As mudanças no Prime visam tornar o programa num "instrumento de incentivo ao crescimento e qualificação do investimento nas pequenas e médias empresas (PME), de acordo com o Plano Tecnológico". "O novo Prime é um programa de acção que tem objectivos simples: realinhar os objectivos com o Plano Tecnológico, reunir meios financeiros para aplicar conforme os objectivos do crescimento baseado na inovação e introduzir mecanismos de simplificação e celeridade", referiu. Segundo Nelson Sousa, os incentivos do Prime "continuam a ser aplicáveis a todos os sectores, mercados e regiões" mas passam a haver acções específicas, nomeadamente para a exportação para o mercado espanhol, para a modernização do têxtil e calçado, e para o aproveitamento da energia eólica. O Prime reorientado terá cinco linhas: Inovação, Internacionalização, Eficiência Energética e Formação e Parcerias. A "Inovação e modernização" beneficiará, entre outros, investimentos turísticos estratégicos e a participação das PME na economia digital, enquanto a "Internacionalização" concederá às PME incentivos financeiros para a exportação, incluindo a abertura de linhas de capital de risco para Espanha. A "Diversificação e eficiência energética" terá como projectos de eleição o aproveitamento da energia eólica. A formação profissional vai restabelecer o financiamento das Escolas Tecnológicas em todo o país e a linha de parcerias e actividades de suporte vai apoiar infra-estruturas associativas e iniciativas de micro-economia e projectos de pequena dimensão. O presidente da Associação Empresarial de Portugal, Ludgero Marques, garantiu que os empresários "estão conscientes das suas responsabilidades perante o país e disponíveis para recuperar a economia", frisando que essa recuperação não terá sucesso se for tentada à margem da indústria tradicional, que tem de ser dimensionada e incentivada com medidas objectivas.Diário de Aveiro |