A auto-estrada A1 (Lisboa/Porto) já reabriu ao trânsito, uma faixa em cada sentido, depois de ter estado cortada desde as 4:20 devido ao incêndio que lavra no concelho de Albergaria-a-Velha, distrito de Aveiro, disse fonte da Protecção Civil. O comandante do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Aveiro, António Machado, disse à agência Lusa que o trânsito na A1 reabriu, uma faixa em cada sentido, cerca das 11:30, depois de ter estado cortada cerca de sete horas entre os nós de Albergaria-a- Velha e Aveiro Sul. O fogo no concelho de Albergaria-a-Velha é o que mais preocupa os bombeiros em todo o território de Portugal continental, já que ameaça casas em várias povoações. Devido a um reacendimento, a povoação de São Marcos é a que maiores preocupações dá aos bombeiros que combatem o incêndio de Albergaria-a-Velha, disse à Lusa o comandante da corporação local. José Bismark explicou aos jornalistas que, apesar de ser um "incêndio de projecção", tipo de incêndio em que já têm morrido bombeiros, as chamas estão a ser combatidas de frente, com riscos acrescidos, para evitar a todo o custo que atinjam as casas. "No incêndio de projecção verifica-se um pré-aquecimento da zona imediata e desenvolvem-se novos focos à frente pelo que em vez de combater as chamas de frente deve-se reduzir os flancos, para os bombeiros não serem apanhados pelo fogo. Neste caso e dada a proximidade que está a localidade não há outra solução que não seja encará-lo de frente apesar dos riscos. É como uma pega de caras", explicou José Bismark. O comandante dos Bombeiros Voluntários de Albergaria-a-Velha, no ponto de situação feito às 11:00, considerou que o incêndio "está muito complicado" em São Marcos. Nas localidades de Açores e do Carvoeiro os bombeiros estão em vigilância e registam-se reacendimentos, enquanto na localidade de Frossos o fogo está dominado e em Frias está "praticamente resolvido". Apesar de se encontrar nas imediações um grupo de prevenção constituído por 30 homens e oito viaturas, quando o fogo deflagrou de madrugada, o dispositivo foi impotente para controlar o incêndio, que se propagou rapidamente devido a um fenómeno meteorológico localizado. Uma informação dos serviços de protecção civil, atribuída ao Instituto de Metreologia refere que de madrugada se verificou em Albergaria-a-Velha uma alta pressão localizada, devido a uma diminuição brusca de temperatura, que originou rajadas de vento nordeste. A direcção do vento passou depois a ser de Noroeste, voltando a ser de Nordeste a meio da manhã. Segundo José Bismark, o fogo começou às 03:11 com dois focos de incêndio a nascente, quase junto ao IP5 (que esteve cortado ao trânsito entre as 04:20 e as 05:45, entre os nós de Sobreiro e Talhadas) e devido ao vento "fortíssimo" de nordeste, desenvolveu-se na diagonal, passou a parte urbana de Albergaria-a-Velha e está nas imediações da A1 em várias frentes. Estão envolvidas no combate ao incêndio 22 corporações de bombeiros com 219 homens e 58 viaturas, bem como um pelotão militar. Quanto a meios aéreos, estão envolvidos no combate às chamas três helicópteros, um deles habitualmente estacionado em Albergaria-a- Velha, outros dois provenientes de Vale de Cambra e de Santa Comba Dão e dois aviões Dromadair.Diário de Aveiro |