A MAIS BAIXA TAXA SOBRE IMÓVEIS

A Assembleia Municipal de Anadia, do dia 30 de Julho, discutiu, sem grande calor e emoção, a taxa a aplicar sobre imóveis respeitante a 2006 e que se queda no mínimo, ou seja 4%. A assembleia foi bem consensual.

“Não posso ser mais misericordioso”

“Aqui estou como o peixe na água. Estou a fazer a vontade a toda a gente. Isso, sim preocupava-me não baixar”, mas o executivo deliberava, por unanimidade, baixar um ponto percentual relativamente ao ano anterior, porque, reforçou Litério Marques: “isto vai beneficiar toda a gente” e “perante isto, não pode haver críticas”.

E não houve. Críticas sim relativamente às avaliações dos bens imóveis. Litério Marques considerou que “deixam muito a desejar”.

Comparando com a situação da derrama em que o executivo aplicou taxa máxima de 10%, neste presente caso, “posso ser mais misericordioso”, mas isso só é possível, porque a saúde financeira da câmara, uma das bandeiras de Litério Marques, é uma realidade, levando-o a afirmar: “isto é o que muitas câmaras gostariam de fazer”, mas não o fazem “porque não têm saúde financeira”.

“Não podemos estar em desacordo”

O edil estava duplamente satisfeito: por um lado, até os vereadores da oposição haviam votado a favor e agora ia acontecer o mesmo relativamente aos deputados rosa. Até porque não havia hipótese de descer mais: “batemos no lastro, daqui não saímos”, reforçava o presidente da câmara.

Augusto Condesso, da bancada PS, sugeriu que “esta fosse votada por unanimidade”, mas alertou que a decisão não era apenas de Litério Marques, mas de todo o executivo, de modo a vincular assim os vereadores do PS à deliberação camarária, ainda que a proposta fosse do presidente anadiense.

Por sua vez, José Cruz, do CDS, regozijou-se também com a proposta que baixava à assembleia para discussão e aprovação: “é de saudar que se tenha feito este ajuste”, “é uma ajuda ao município de Anadia que eu apoio”.

A taxa anterior era de 5%.

Consensual neste ponto se mostrou também José Carlos Coelho: “considero que isso é um benefício e não podemos estar em desacordo”, enquanto José Valeroso, da bancada social democrata, afirmava: “isso vai permitir uma folga às populações. A ponderabilidade merece por isso o nosso apreço”.

A taxa foi aprovada por unanimidade, somando 28 votos de todas as cores, rosa, laranja e amarelo, que ainda se misturaram, no final, numa taça de espumante, alegrias, sonhos e preocupações, não estivéssemos no Museu do Vinho.

Armor Pires Mota
Diário de Aveiro



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