O ex-deputado do PSD Cruz Silva começa hoje a ser julgado no Tribunal Judicial de Águeda, pelos crimes de peculato e falsificação de documentos, num processo que envolve também o presidente da Câmara local, Castro Azevedo. Ainda como arguidos, vão estar no tribunal o presidente da Junta de Freguesia de S.João da Madeira, Joaquim Costa Mateus, e quatro empresários seus familiares. Segundo a acusação, o caso remonta aos finais da década de noventa, quando terão lesado o Município em mais de 250 mil euros, através do pagamento pela Câmara de Águeda e pelos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento de materiais que nunca terão sido fornecidos. Sustenta a acusação que uma empresa pertencente ao antigo deputado Cruz Silva facturou à autarquia fornecimentos de colas que nunca chegaram a ser feitos, o mesmo se passando com remessas de tubos de outra empresa de S.João da Madeira, propriedade de Joaquim Mateus e dos seus irmãos. As investigações levaram a Polícia Judiciária a concluir que o presidente da Câmara de Águeda, Castro Azevedo, não só estava ao corrente de que os fornecimentos à autarquia não eram reais, quando os despachava favoravelmente, como terá tido uma participação decisiva na montagem do "esquema" que terá dado origem ao desvio de verbas.Diário de Aveiro |