O local para a implantação da Subestação “é irreversível”. Quem o admitiu a JB foi o autarca sangalhense, Sérgio Aidos, após a realização, no passado dia 4 de Maio, de uma reunião, no auditório da Junta de Freguesia, entre o executivo da autarquia sangalhense e responsáveis da REN - Reserva Energética Nacional. Sérgio Aidos que admite “tudo fazer para que a freguesia e principalmente a localidade do Paraimo tenha uma forte compensação pelos sacrifícios que, com tanto civismo, tem suportado”, também não descarta a hipótese de recorrer ao Parlamento ou Tribunal Europeu, caso seja necessário. À espera das contrapartidas Como explicou ao nosso jornal, “este encontro surgiu na sequência de uma série de ofícios enviados para o Instituto do Ambiente e para a REN que, finalmente, teve a iniciativa de nos solicitar uma reunião”. Um encontro que admite ter ficado marcado pela apreensão, uma vez que das muitas questões levantadas pela Junta de Freguesia, Sérgio Aidos diz ter recebido apenas “respostas evasivas e com pouca sustentação, a não ser a clara redução de custos de empreendimento”, quando instados a pronunciarem-se sobre a razão “porque não escolheram outro local, fora dos limites da zona urbana, onde, de resto, já existem inúmeras linhas”, acrescentou. Claro ficou, disse o autarca, que, “em termos de ocupação de solo, uma linha de 400kvs é tanto como 10 linhas de 60kvs” e que “não existe um estudo de impacte ambiental das linhas de 60kvs porque não é necessário, assim como não existe consulta pública porque a Lei não o exige, sendo apenas obrigatória a colocação de editais.” De acordo com o autarca de Sangalhos, “só acima dos 110 kvs, é que a Lei obriga a estudo de impacte ambiental, por isso, linhas de valor inferior podem passar a cruzar o céu em quantidade ilimitada, com eventuais consequências nefastas para nós e para o ambiente.” No entanto, o autarca também não deixa de tecer duras críticas aos proprietários: “de acordo com a REN, 85% dos proprietários já deram o seu acordo à venda dos respectivos terrenos”, quando a população, onde se incluem muitos desses proprietários foram, há meses, algumas das vozes mais contestatárias, face à intenção da REN. Lamentando que “os interesses privados e do próprio Governo em muitas situações, se sobreponha à vontade e ao bem estar das populações”, Sérgio Aidos denuncia que “a incompetência continua a degradar o nosso país, não se olhando a meios para atingir objectivos que são nocivos ao ambiente e ao homem”. Assim, reconhecendo que o local definido no Paraimo (equivalente a oito campos de futebol) onde irá ser implantada a Subestação, seja “irreversível”, espera, agora que, ao menos, a freguesia e a localidade tenham algumas contrapartidas. Catarina CercaDiário de Aveiro |