QUERCUS DÁ NOTA NEGATIVA À PRAIA DE MAR DA COSTA NOVA

Das 400 zonas balneares portuguesas, 39 tiveram pelo menos uma análise má no ano passado, revelou hoje a associação ambientalista Quercus, que identificou 179 praias com qualidade de água boa nos últimos cinco anos.

Segundo a Quercus, das 39 praias com pelo menos uma análise má em 2004, 26 localizam-se em áreas costeiras e 13 são praias fluviais ou interiores, o que "confirma a maior vulnerabilidade dos rios e albufeiras à poluição".

Matosinhos é o concelho com maior número de praias classificadas, no total da época balnear, como más: Matosinhos e Angeiras-Norte.

A Quercus revelou que as restantes praias com má qualidade são: Pintadinho (Lagoa), S. Sebastião (Mafra), Vila Nova de Milfontes (Odemira), Tesos (Olhão), Barcos (Armação de Pêra), Burgau (Vila do Bispo), Verim (Póvoa do Lanhoso) e Represa (Fronteira).

Em relação às praias interiores, a Quercus anunciou que as que têm boa qualidade subiram de cinco para 51, o que representa um aumento de 69,9 por cento entre 2004 e 2005.

Todas as 179 praias de ouro seleccionadas pela Quercus estão situadas na costa portuguesa.

Uma praia com qualidade de ouro é a que obteve consecutivamente nos últimos cinco anos uma classificação boa em termos de qualidade, atribuída pelo Instituto da Água.

O concelho com maior número de praias com qualidade da água de ouro é Albufeira (17 zonas balneares), seguido de Almada (14 zonas balneares) e de Vila do Bispo (12 zonas balneares).

A classificação final de uma praia depende da percentagem de diferente qualidade - boa, aceitável ou má.

A Associação Portuguesa Bandeira Azul decidiu este ano atribuir a 191 praias - mais 29 do que no ano passado - o galardão da qualidade balnear "Bandeira Azul".

"As 191 zonas balneares que vão içar a bandeira representam cerca de metade das praias portuguesas", afirmou à agência Lusa o presidente da associação, José Archer.

A Região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que mais contribuiu para o aumento de galardões este ano, com 11 novas praias a içar a bandeira.

A região centro ganhou oito novos galardões e manteve a bandeira azul na praia de Mira, recordista há 18 anos na atribuição dos símbolos de qualidade balnear.

A melhoria da região centro deve-se à atribuição de quatro novos galardões a praias da Figueira da Foz, o que só foi possível com o fim das obras previstas no Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC).

O Norte foi a única região do país a perder bandeiras, passando das 35 no ano passado para 32 este ano.

Apesar dos novos galardões para as praias nortenhas de Matosinhos e da Frente Azul (Espinho), perdeu-se uma bandeira azul no concelho de Caminha (Caminha) e mais quatro em Vila Nova de Gaia (Lavadores, Valadares Sul, Francemar e Miramar).

O Algarve ficou com 48 galardões, mais cinco que em 2004: em Vila do Bispo (praia da Cordoama), em Albufeira (Olhos de Água), em Loulé (Duna), em Vila Real de Santo António (Manta Rota) e Castro Marim (Alagoa-Altura).

Os Açores têm 25 praias com galardão, mais seis do que em 2003.

Embora as praias de Sargentos (Praia da Vitória) e S. Lourenço (Vila do Porto) tenham perdido o símbolo da qualidade, oito novas praias foram galardoadas: em Angra do Heroísmo (Negrito e Praínha), Praia da Vitória (Prainha), Horta (Varadouro), Povoação (Ribeira Quente) e Vila Franca do Campo e Prainha de Agua d'Alto).

A Madeira conseguiu 14 bandeiras, mais duas do que em 2003 nas praias de Ribeira do Faial (Santana) e Laje (Porto Moniz).

Entre os critérios da atribuição da bandeira azul estão a qualidade da água, a educação e gestão ambiental (não pode haver cães nas praias) e equipamentos como os caixotes de lixo, limpeza de sanitários e veículos motorizados a circular.

Comparando com anos anteriores, este é o ano com mais bandeiras.

Por seu lado, a Comissão Europeia considerou a qualidade das águas nas praias portuguesas "relativamente boa", com uma "melhoria nítida" nas zonas fluviais, segundo o relatório sobre a "Qualidade das Águas Balneares".

O relatório, divulgado quinta-feira, é publicado anualmente pela Comissão Europeia e faz uma análise pormenorizada das zonas balneares em toda a Europa, antes do início do Verão.

No que respeita a Portugal, "os valores observados são relativamente bons, particularmente nas zonas costeiras. Uma melhoria nítida foi assinalada nas zonas fluviais em comparação com a época anterior", resume o documento a que a Agência Lusa teve acesso.

Há dois tipos de critérios de avaliação: os obrigatórios, que foram cumpridos por 97,5 por cento das 400 praias costeiras portuguesas analisadas e 97,3 por cento das 73 fluviais, e os de referência ou guia, que são mais restritos e, embora não obrigatórios, são os que permitem qualificar a água de "boa".

Estes foram cumpridos por 86,5 por cento das praias costeiras (90,1 em 2003) e por 21,9 por cento das fluviais, uma percentagem reduzida que, no entanto, significa um aumento importante em relação aos 10,9 do ano anterior.

A Comissão Europeia considera que a recolha de dados foi "rigorosa". Não houve, por outro lado, zonas balneares com dados insuficientes e todas as praias estiveram abertas aos banhistas.

Entre as praias de mar com nota negativa estão Costa Nova (Ílhavo), Matosinhos e Angueiras Norte (Matosinhos), Franquia (Vila Nova de Milfontes), Burgau (Vila do Bispo), enquanto entre as fluviais estão Verim (Rio Cávado) e Represa (Cabeço de Vide).

Em termos da totalidade da UE, o relatório confirma os resultados detectados nos anos anteriores com uma "alta" percentagem de zonas balneares a respeitarem as normas obrigatórias (96,7 por cento no litoral e 89,4 por cento no interior).

Tanto as zonas litorais como as zonas interiores portuguesas estão acima da média europeia de valores obrigatórios de qualidade.
Diário de Aveiro



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