É actualmente um dos estabelecimentos de ensino com mais prestígio na região, frequentado, no presente ano lectivo, por 249 alunos, de ambos os sexos. Falamos do Colégio Salesiano São João Bosco de Mogofores que, com 67 anos de vida, promove num ambiente familiar, os valores salesianos que, aliados a uma educação cívica e religiosa, têm marcado profundamente muitos dos jovens que aqui fizeram ou fazem parte do seu percurso escolar. A respeito da escola e dos projectos futuros (cursos de educação e formação) falámos com Dário Tavares, vice-director pedagógico daquele estabelecimento de ensino. Vagas insuficientes face à grande procura Embora se trate de uma instituição particular e cooperativa, ministra ensino inteiramente gratuito, de frequência mista, para o 2º e 3º ciclos do ensino básico (5º ao 9ºano), à luz do ideário de D. Bosco. Tendo como projecto “educar, com razão e coração, para a formação de bons cristãos e honestos cidadãos”, este estabelecimento de ensino, tal como muitos outros seus congéneres, tem atravessado momentos muito difíceis. Recorde-se que, pouco tempo antes de se iniciar o ano lectivo em curso, a direcção pedagógica da escola não sabia se teria ou não que “despedir” professores, uma vez que havia intenção do Ministério da Educação retirar uma das duas turmas do 5º ano existentes, o que, a longo prazo, poderia traduzir-se no próprio encerramento do Colégio, por falta de alunos suficientes para poder trabalhar. A gravidade do problema fez temer o pior, contudo, após muitos contactos, a verdade é que, a 13 de Outubro, o Ministério da Educação reconsiderou e repôs a turma do 5º ano. “Tudo voltou à normalidade, sem se terem registado quaisquer problemas para alunos e professores que, durante vários meses, temeram vir a engrossar a lista dos docentes desempregados”, constatou a JB aquele responsável escolar que se recusa a aceitar que definam a escola como “elitista”, pois, como sublinhou, “não o é, até porque, aqui, não é feita qualquer selecção de alunos”. Um importante auxílio a muitos alunos Na realidade, trata-se de um estabelecimento de ensino gratuito onde cada aluno paga o mesmo que se paga no ensino público. Por outro lado, destacou Dário Tavares, “o Colégio presta ainda um importante auxílio a muitos alunos, nomeadamente àqueles vindos de famílias com algum grau de dificuldade no relacionamento. Aqui aceitamos os alunos como eles são, sejam, ou não, provenientes de famílias de risco”. Embora reconheça que a escola só admite alunos do concelho de Anadia (por imposição do Ministério da Educação e da DREC), também não esconde que seria quase impossível receber alunos de outros concelhos, devido à limitação de espaço e salas de aulas, até porque o Colégio não é muito grande. Assim, avançou ao nosso jornal que “embora, estejamos ainda em Maio, já quase não temos vagas disponíveis para o próximo ano lectivo, sobretudo para as duas turmas do 5º ano que nós podemos abrir”. A admissão de novos alunos segue o critério da “ordem de chegada e de inscrição”, contudo, a verdade, é que são considerados alunos prioritários os provenientes da localidade de Mogofores e com irmãos a frequentar já aquele estabelecimento de ensino. Mesmo assim, Dário Tavares reconhece que duas turmas no 5º ano, com um máximo de 28 alunos, são satisfazem, de forma alguma, todos os pedidos que chegam à escola, acabando muitos jovens por ter de frequentar outros estabelecimentos de ensino do concelho. Dário Tavares reconhece como uma das principais razões para a escolha dos pais recair sobre esta escola se prende com o facto de sentirem que “os filhos, aqui, estão seguros”, uma vez que nesta escola” também não existem tempos livres”. Os designados “furos nos horários” não se aplicam ao Colégio de Mogofores. Sempre que um docente falta, os alunos são encaminhados para actividades alternativas, tais como a informática (disponível para todos os anos) ou para a sala de estudo com acompanhamento de um docente, onde podem realizar os trabalhos de casa e estudar até à hora de regressarem a casa ou de voltarem a ter novas aulas. Com um corpo docente estável, composto por 21 professores, o Colégio possui ainda em pleno funcionamento um gabinete de psicologia. Cursos de educação e formação Uma das novidades no Colégio de Mogofores prende-se também com o facto deste estabelecimento de ensino se ter candidatado aos cursos de educação e formação, criados pelo Ministério da Educação e pelo Ministério do Trabalho, para combater o abandono escolar. Assim, o Colégio de Mogofores vai tentar implementar, já no próximo ano lectivo, uma turma de nível 2 (9º ano). A turma poderá receber até 20 alunos que pretendam acabar o 9º ano de escolaridade, com habilitação profissional nível 2. O curso disponibilizado pelo Colégio será, - caso a candidatura seja aprovada pelo poder central -, o de “Produção Agrícola, Floricultura e Vitivinicultura”, curso este financiado pelos fundos comunitários. “Procurámos implementar um curso com saídas profissionais na região, que formasse jovens em áreas específicas onde possam facilmente ser empregues”, destacou Dário Tavares, sublinhando ainda tratar-se de “um curso bastante bem sucedido, por exemplo, nos Salesianos de Poiares da Régua, pelo que acreditamos que também aqui poderá vir a dar também bons frutos”. A JB este responsável admitiu, como maior problema da escola a falta de acesso à Internet que considera “inadmissível e altamente discriminatório”. Depois do Governo ter deixado de comparticipar o acesso à Internet, a escola vem tentando, sem sucesso, que seja instalada Internet de banda larga, o que não tem sido conseguido, “apesar de todos os esforços junto da PT”, constatou o docente que acusa a PT de responsável: “sabemos que é tecnicamente possível, mas a PT insiste em tratar-nos como portugueses de segunda”. Em fase de formação encontra-se também a Associação de Antigos Alunos que se reúnem no último sábado de cada mês, para “matar” saudades e praticar alguma actividade desportivas. Neste âmbito, o próximo encontro terá lugar no dia 4 de Junho, pelas 14.30 horas. Um ano de actividades diversas Tal como em muitos estabelecimentos de ensino privado, ao longo do ano são agendadas um conjunto de iniciativas, abertas a toda a comunidade educativa, que acabam por contar com grande número de participantes. Neste sentido, ao longo deste ano lectivo, o Colégio de Mogofores, no presente já realizou, a 14 Novembro, o tradicional Magusto; depois, a 12 de Dezembro, a Festa de Natal a já em 2005, a 31 de Janeiro, a Festa de D.João Bosco. Mais tarde, a 4 de Fevereiro, teve lugar o “Dia das Artes e Expressões” que envolveu toda a comunidade escolar. Uma actividade diferente que permitiu a vinda de 1200 alunos, das escolas do concelho do 1º ciclo, por forma a que pudessem também visitar a exposição “Papelucho”, mostrando como era fabricado o papel no século XVIII. Seguiu-se o “Dia das Ciências”, a 17 de Março. O entusiasmo à volta do “Jogo da Ciência”(inspirado no jogo da Glória) foi grande, tal como foi grande a envolvência dos alunos à volta do jogo “Canguru Matemático”. Mas uma das actividades mais importantes prende-se com a realização dos 13º jogos nacionais salesianos, realizados entre 22 e 25 de Abril, no Estoril. Mogofores (local onde foi realizada a primeira edição deste evento) participou, mais uma vez, com alunos, de todos os anos. O evento, que é uma espécie de “olimpíadas” conta com a participação de todos os colégios salesianos portugueses. De um total de oito mil alunos que frequentam este estabelecimentos de ensino, participam 1200 alunos/atletas. Os 60 alunos do Colégio de Mogofores que participaram em modalidades como o ténis de mesa, xadrez, futsal e basquetebol, ficaram alojados em unidades hoteleiras. Neste evento, podemos destacar o facto do aluno do 8º ano, Daniel Santos, se ter sagrado campeão nacional em ténis de mesa, tendo a equipa de futsal masculino sido a segunda classificada a nível nacional. Destaque-se ainda que este tipo de resultados se deve, em grande parte, ao desporto escolar, desenvolvido com grande sucesso neste estabelecimento de ensino, onde todos os alunos são motivados para a prática desportiva, em modalidades como atletismo, ténis de mesa, futsal e basquetebol. A título de curiosidade, refira-se que o Colégio de Mogofores é aquele que tem mais alunos/atletas inscritos no CAE de Aveiro. Já a 5 de Maio último, teve também lugar a bicicletada que envolveu toda a comunidade educativa, na qual participaram 250 pessoas. O almoço-convívio realizou-se em Ancas, na Lagoa do Paul, local onde se realizaram ainda diversos jogos. Até final do ano lectivo, o Colégio vai promover ainda outros eventos, destacando-se a 23 de Junho a festa de encerramento do ano lectivo com o “Dia da Educação-Física” com desportos radicais para todos os gostos. No dia seguinte, dia 24, terá lugar a Festa dos Finalistas do 9º ano.
Catarina CercaDiário de Aveiro |