Laura Pires, que perdeu as eleições, em Novembro do ano passado, a favor de Paulo Figueiredo, agora, através da aprovação de uma moção de censura, tenta recuperar a presidência da Comissão Política do PSD de Oliveira do Bairro (CPOB), cujas eleições estão marcadas para o dia 4 de Junho. No entanto, Paulo Figueiredo afirma que “continua a ser presidente da Comissão Política e que não vai haver eleições, porquanto a moção de censura à actual Comissão Política, votada em 30 de Abril último, na Junta de Freguesia da Palhaça, e dada como aprovada pelo presidente da mesa, será considerada nula pelo Conselho de Jurisdição Distrital de Aveiro do PSD”. As lutas internas que se travam no seio do PSD local têm originado que este partido ainda não tenha apresentado o candidato às próximas autárquicas. Números Paulo Figueiredo acusa António Mota, presidente da Mesa da Assembleia da CPOB de “cometer ilegalidades”, sublinhando que “para a aprovação de uma moção de censura, os estatutos exigem expressamente a participação no acto de votação de metade mais um do universo de filiados, que no caso da secção de Oliveira do Bairro é de 310, mas apenas participaram 131 militantes”. Por isso, “como é que António Mota pode escrever na acta que houve 30 abstenções quando 179 militantes não participaram no acto?” Mas António Mota refere que “no plenário estiveram 161 militantes que assinaram a presença pelo seu próprio punho. Alguns abstiveram-se por razões pessoais que só a eles dizem respeito”. “Logo os membros que foram ao plenário e não votaram por razões pessoais são consideradas abstenções, alguns deles da Comissão Política”, esclarece o presidente da Mesa. Candidatura com responsabilidade Já Laura Pires disse ao Jornal da Bairrada que “se candidata com responsabilidade e em coerência com as ideias que há muito vem defendendo e que tem expressado nos plenários do Partido e pelo dever de querer contribuir para a construção de um PSD mais forte para o Concelho”. A candidata afirma, se for eleita, que “o PSD apoiará uma candidatura ganhadora à Câmara Municipal, capaz de abrir um ciclo novo de desenvolvimento e progresso para o concelho de Oliveira do Bairro”, sublinhando que “os candidatos do PSD serão pessoas credíveis, com competência reconhecida e indiscutível capacidade de trabalho”. “Gente do calibre”... Paulo Figueiredo refere que “o facto de a jovem advogada Laura Pires dizer que se vai apresentar como candidata a presidente da Comissão Política, numa eventual eleição agendada para 4 de Junho, isso não constitui novidade para ninguém”. Paulo Figueiredo vai mais longe e afirma que “a jovem Laura Pires tem vindo a afirmar que está a lutar por um novo rumo para o PSD de Oliveira do Bairro. Novo rumo? Qual novo rumo? Novo rumo com gente do calibre de António Mota, Elísio Albuquerque e Narciso Cardoso”. “Estes militantes são os principais responsáveis pela derrota nas autárquicas de há quatro anos e, quanto ao António Mota, como é do conhecimento geral, é a ele que devem ser atribuídas as maiores responsabilidades pelos quatro desaires eleitorais consecutivos em eleições autárquicas. Foram 16 anos a conduzir o PSD para a derrota. Não é possível admitir que queira juntar ainda outra ao seu palmarés”. António Mota refuta as acusações e afirma que só foi presidente da Comissão Política do PSD entre Junho de 2000 e Junho de 2002, afirmando ser necessário também responsabilizar as outras comissões políticas. “Não nos podemos esquecer que Paulo Figueiredo foi também presidente da JSD durante muito tempo”. Figueiredo afirma ainda que “o Conselho de Jurisdição Distrital de Aveiro se encarregará de demonstrar a Laura Pires e a António Mota que os estatutos são para cumprir e que não podem andar a brincar com coisas sérias”.
Pedro Fontes da CostaDiário de Aveiro |