Nuno Gandra, de 31 anos, residente em Aveiro, mas natural de Oliveira do Bairro, onde passou a sua infância, é o autor da obra vencedora do concurso de ideias da Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA).

Um total de 23 artistas plásticos de todo o país concorreram, mas a escolha do júri recaiu na obra criada por Nuno Gandra.

A Obra de Nuno Gandra será agora implementada, depois de transformada pela cerâmica Aleluia num painel de azulejo, com 3,75 metros de altura por 2,55 metros de largura, no átrio principal da AIDA.

O presidente da AIA, Valdemar Coutinho, disse que, depois de pronta, vai dignificar o espaço interior desta associação que colherá futuramente exposições itinerantes.

Durante a inauguração do novo centro de negócios e do painel vencedor, Valdemar Coutinho explicou que o painel vencedor apresenta, em traços largos, um corpo humano, com um coração a bater.

“Podíamos ter atribuído o prémio a uma obra que saltasse mais à vista, mas a escolha foi boa dentro do que pedíamos”, concluiu.

A memória descritiva da obra vencedora conta que “tudo se passa a partir do ser humano: o coração como principal motor de todas as analogias a ele ligadas encaixaram de uma forma quase natural na roda dentada, símbolo da indústria - uma roda faz girar a outra, e é esta harmonia que dá origem à dinâmica empresarial”. “Desta dinâmica surge a energia que delimita e caracteriza o distrito de Aveiro”.

Trata-se de uma obra que apostou mais num conceito universal, contrariando a associação directa a alguns elementos característicos de Aveiro (moliceiro, ovos-moles, salinas), defende, por sua vez, Nuno Gandra. E foi, a partir destes elementos, que o autor desenvolveu a obra: uma silhueta humana dominante, um coração palpitante em destaque, rodas dentadas que indiciam a industria e a força empresarial e o mapa do distrito, como se de veias se tratasse.
Diário de Aveiro