Hernâni Moreira é o novo presidente da União Recreativa Ferreirense com a modernização do clube, a criação de um espaço Internet e um site, pretende a direcção, dentro dessa conjuntura, colocar o clube mais aberto aos sócios.

“Uma honra servir colectividades”

Militar da Força Aérea, especializado em paraquedismo, o seu grande amor, em termos profissionais, Hernâni Moreira foi sócio fundador da ADRC Ribeira/Azenha, jogou futebol no Samel durante três anos e, pelo mesmo período, - tem o curso de árbitro - foi árbitro de futebol.

É ainda dirigente dos Lobos da Montanha (Famalicão), e, há cinco anos que é um dos responsáveis pela secção de futebol feminino do Ferreirense.

Pessoa respeitada na terra, aceitou de bom grado ser o presidente do Ferreirense: “Havia dois nomes, estava disponível, para mim é uma honra servir a colectividade, seja em que cargo for, e ser presidente é uma honra ainda maior”.

Ainda sobre esta matéria o nosso interlocutor não se escusou de dizer que “se calhar, é uma consequência natural do meu trajecto como dirigente ligado à secção de futebol feminino, também a consideração das pessoas, e possuir capacidade e postura para ser presidente do Ferreirense”.

Sobre aquilo que se propõe fazer em prol do Ferreirense, Hernâni Moreira tem ideias claras: “Pretendo modernizar o clube na área administrativa, como também apostar nas novas tecnologias. Para já, vamos comprar um computador e fazer a respectiva ligação à Internet. Se os sócios aderirem, é possível adquirir mais três ou quatro”.

No espaço de um mês tudo estará a funcionar e, quanto ao site, vai demorar mais algum tempo, no entanto, as diligências já foram encetadas. A direcção pretende ter a página disponível antes do verão. O principal objectivo é que todos os sócios e adeptos do Ferreirense, aqui ou no estrangeiro, tenham acesso às novas tecnologias.

A aquisição de um fax para servir a secção desportiva, e não só, é urgente. “A nossa prioridade é dar uma maior abertura do clube aos sócios. Queremos dinamizar o clube para que mais pessoas o possam frequentar”.

O novo presidente do Ferreirense não esquece outras áreas. Continuará a apoiar a secção desportiva, nomeadamente ao nível das infra-estruturas, sendo desejo da direcção colocar uma nova iluminação e um piso novo no campo de jogos, só possível, na sua perspectiva, com a ajuda da Câmara Municipal de Anadia.

O polidesportivo, que classifica de espaço de lazer, dadas as reduzidas dimensões para a prática desportiva, não vai conhecer nenhuma modificação, ao contrário da melhoria das instalações exteriores, onde a direcção espera construir uma explanada.

O grupo “Rouxinóis de Anadia” continua a ensaiar na sede do clube. Para Hernâni Moreira é uma honra que o grupo frequente as suas instalações, o que vai levar a direcção a modernizar os camarins do salão.

“Se concretizarmos os projectos que temos em mente, já nos faltará pouco tempo”, sublinhou Hernâni Moreira, que não esconde o regozijo de pela primeira vez a direcção ser composta por três mulheres, que uma semana por mês tem a incumbência de abrir a sede.

“É preciso dar passos seguros”

A secção do futebol feminino é autónoma, porém, em situações anteriores, tem-se queixado da falta de apoio das direcções. A este propósito, Hernâni Moreira deu-nos a sua versão: “Eu acho que não tem havido falta de apoio, excepto na parte financeira, dado que a secção é autónoma. O apoio tem sido dado as infra-estruturas. A direcção gastou quatro mil euros, numa colectividade que só recebeu 1700 euros das quotas dos sócios”.

Mesmo assim, a nova direcção recebeu um saldo positivo de 12 mil euros, que serve para satisfazer qualquer necessidade mais premente.

No que diz respeito ao futebol feminino, Hernâni Moreira afiançou que, em termos desportivos, a época não tem corrido bem, mas também não está fora daquilo que a secção pensava. Organização, companheirismo e dinâmica, estão bem e recomendam-se e, sobre um regresso ao patamar mais alto do futebol feminino, o líder do Ferreirense disse: “Excepto a três atletas, a equipa que participa no nacional, é a mesma que subiu dos distritais”, para logo acrescentar que “o nosso percurso, há anos atrás, foi idêntico e chegámos lá. É preciso dar passos seguros, pensar em dar também melhores condições ao nível das infra-estruturas”.

Hernâni Moreira lamenta que a aposta em chamar atletas da região não tenha sido conseguida na totalidade. Encontrar condições para que as mulheres tenham acesso à prática da modalidade é um dos objectivos. Quanto a apoios, foi claro: “Estamos no segundo ano de um projecto de cinco anos, que já teve um retrocesso, na medida em que tínhamos o apoio de uma empresa, mas que, por motivos alheios à nossa vontade, faltou à palavra. Este ano, há uma aposta mais eficaz das Caves S. Domingos em termos financeiros”, frisou Hernâni Moreira.

Manuel Zappa
Diário de Aveiro