A AMPER, ao festejar as bodas de prata, no último sábado, teve uma bela prenda de Páscoa antecipada ou a prenda dos 25 anos de vida - a inauguração e bênção do salão polivalente que fica a constituir mais uma pedra de relevo para a instituição que é exemplar em sonho e dinâmica e que prestou homenagem aos sócios honorários, entregando-lhes a respectivas insígnias no final da sessão solene.

Sonho muito maior

A placa comemorativa da inauguração de um amplo salão (praticamente um bom e belo auditório multifuncional) foi descerrada pelo presidente da câmara, Acílio Gala, e presidente da instituição, Jorge Mendonça, seguindo-se outro acto a que foi emprestado todo o toque solene pelo coro da freguesia, (como se fosse quase a bênção de um templo) ou seja, a missa, celebrada por mons. João Gonçalves Gaspar, coadjuvado pelo pároco, padre Atrur Tavares de Almeida, em sufrágio de todos os sócios e fundadores já falecidos, numa homenagem singela, mas justa, porque não há presente sem passado.

Durante a homilia, mons. João Gonçalves Gaspar não deixou de lembrar que “estes 25 anos são uma bênção de Deus” ou ainda: “25 anos são um bom capítulo para a história”. Perante a “amplidão e a amplitude” da obra, reconheceu que “o sonho dos fundadores é muito maior do que eles naturalmente pensaram”, para concluir: “este projecto não só tem pernas para andar”, como para prestar serviços de solidariedade não só às gentes de Perrães, mas a favor de muitas outras gentes”.

No final da missa, e como se estava em véspera do domingo de ramos, ainda houve tempo para benzer ramos de alecrim e oliveira, que o vigário geral da diocese fez questão de entregar, pessoalmente , não só aos autarcas presentes (presidentes da Assembleia Municipal e da Câmara, Vítor Rosa e Acílo Gala; vereadores, Leontina Novo e Victor Oliveira; presidentes da Assembleia de freguesia de Oiã e da Junta, Marcelo Neves Miguel e Dinis dos Reis Bartolomeu) e entidades, como Jorge Campino, director do Centro Distrital da Solidariedade e Segurança Social do distrito de Aveiro; presidentes da assembleia Geral e da direcção, Álvaro Pires dos Santos e Jorge Mendonça e outros elementos dos ógãos sociais , bem como a toda a assistência. Um gesto de amizade e de ternura, carregado de significado pascal.

Lar no horizonte próximo

Outro acto, revestido de toda a solenidade, foi a sessão solene, presidida pelo director do Centro Distrital da Solidariedade e Segurança Social, Jorge Campino.

O primeiro orador foi o presidente da direcção da Amper que pôs a tónica do seu discurso no esforço e empenho de todos quantos presidiram aos destinos da Instituição, que nasceu a 16 de Março de 1980, com objectivos desportivos, culturais e de lazer e que, em 1991, “passou a ter na solidariedade social o campo privilegiado da sua actuação”, como afirmou Jorge Mendonça que, referindo-se ao salão polivalente, “obra tão ansiada pelas gentes de Perrães em geral e pelos associados desta instituição em particular”, fez saber que a sua construção só foi possível graças à atribuição de um subsídio de 70 mil euros por parte do Governo e do apoio da Câmara que se cifrou em 42.500 euros.

Porém, se foram uma boa ajuda, não chegaram para custear o investimento num imóvel digno, de algum luxo até, que a direcção irá gerir, no futuro, no melhor sentido das receitas, o que acontecerá também com a piscina e outros equipamentos existentes.

Falando do futuro, Jorge Mendonça, levando em conta que “a solidariedade não é nem aventura nem capricho”, anunciou que “a construção de um lar de Idosos é um projecto que as futuras direcções da Amper não deixarão certamente de considerar, acarinhar e ter na devida conta”.

Com este equipamento ficará fechado em Perrães “o círculo de investimento no apoio às crianças e jovens de hoje, idosos do amanhã e às crianças e jovens de ontem, agora idosos”, rematou.

A certificação

Acílio Gala considerou que aquele dia de festa não era mais do que a justa homenagem à solidariedade, trabalho e muito esforço de muitos: todos os que congregaram esforços para o projecto da Amper, na sua globalidade, ir avante.

Quanto ao salão, ora inaugurado, considerou que “ficava bem em qualquer freguesia do concelho”, tal a dimensão e arquitectura. Lembrou ainda que se é verdade que nunca “faltou o estímulo do poder central”, é por que os dirigentes manifestaram vontade e apresentaram obra.

“O que está feito deve constituir estímulo para continuarem a trabalhar. As necessidades são cada vez mais e é necessário que apareçam pessoas disponíveis para que no futuro os mais novos e os mais velhos continuem a ter a qualidade de vida como até agora a instituição tem oferecido”, afirmou o presidente da Câmara, a dado momento da sua curta intervenção.

Por sua vez, Jorge Campino, que começou por dizer que “vinte e cinco anos é uma data que sensibiliza”, deixou duas ideias. Para além do Lar, a criação de um Centro de Noite, “uma aposta social mais adequada”.

Por outro lado, dada a qualidade dos serviços e instalações, deixou a sugestão de uma candidatura à certificação da AMPER.

Quantos aos apoios estatais, lembrou que são importantes, mas que “só com um grande esforço de trabalho e de grande amor” é possível levar por diante obras como a inaugurada no último sábado, dia 19.

Homenageados sócios honorários

A cerimónia encerrou com a entrega de insígnias aos sócios honorários: Manuel Luís Pires, a título, póstumo, comendador Almeida Roque, benemérito da instituição que não pôde estar presente - recebeu-a em seu nome Victor Oliveira, e o médico Álvaro Pires dos Santos que, para além de ser presidente da Assembleia Geral, é o médico da instituição que tem mais de oitocentos associados, o que quer dizer que é o médico da comunidade perranense.

Coube-lhe fazer o agradecimento, em nome de todos, lembrando que, no que toca a ele, não haveria lugar a agradecimentos ou entrega da insígnia, porque, disse, encontrou na Amper a razão de ser da sua vocação e já lhe bastaria o afecto das crianças, o carinho com que é ali tratado por todos, acabando por rematar: “Dou-vos a insígnia do meu coração para continuar aqui a trabalhar até vós quererdes...”

Armor Pires Mota

Números

Utentes e pessoal: 12 utentes no Centro de Dia; 24 utentes na Creche 20 no pré-escolar; 30 no ATL; 19 funcionários.

Estruturas

Centro Social; Parque infantil; Polidesportivo descoberto com bancada encadeirada e iluminação, balneários de apoio e zona verde; Salão polivalente
Diário de Aveiro