O Grupo Folclórico Identidade Lusa, sediado em Vila Verde, liderado por Nelson Barata, com uma comitiva de 53 elementos, tem a sua primeira internacionalização, quase três anos após o seu primeiro ensaio, deslocando-se ao Luxemburgo e à Bélgica, onde irão actuar, entre os próximos dias 23 e 29 de Março.

«Identidade Lusa» com grande dinamismo

Fundado por um grupo de habitantes de Vila Verde, liderados pelo presidente Nelson Barata, o Grupo Folclórico Identidade Lusa, com quase três anos de existência, ocupa cerca de 28 jovens, demonstrando um grande dinamismo, como confirmam as iniciativas em que têm vindo a participar, bem como as 53 actuações, em apenas um ano e meio, estando já outras marcadas para este ano desde o Minho ao Algarve.

O 1º Curso de Artes Decorativas em Vila Verde, uma acção de sensibilização sobre água corrente e ambiente na Escola Primária local, a inauguração do Parque do Prego e o apoio a várias iniciativas autárquicas, são alguns exemplos das acções que têm contado com a participação e dinamismo do grupo.

Como fazem questão de lembrar, o líder do grupo e Luís Branco, um colaborador, “o nascimento do «Identidade Lusa», deve-se em grande parte ao apoio da população, de algumas entidade e autarquias”.

Ainda assim, os responsáveis queixam-se de alguma falta de meios, salientando “os enormes encargos, que representam, por exemplo, a aquisição dos trajes”.

O Dia do Baptismo do grupo foi ainda apadrinhado pelos dois ranchos galardoados no Festival Mundial de Folclore, nas edições de 2001 e 2003.

“Com a casa às costas”

Após uma primeira fase em que ensaiavam nas ruas da sua terra natal, por vezes com chuva, surgiu também a necessidade de procurar abrigo, que seria encontrado com a generosidade de Ilídio Branco, que lhes cedeu em sua casa um espaço coberto.

Com o falecimento da esposa do proprietário do espaço, o grupo foi obrigado a transferir os seus ensaios para o Centro Cultural Professor Élio Martins, no Silveiro, onde estão desde Setembro último.

Apesar dos esforços que têm vindo a ser feitos pelos elementos do grupo, para a construção de uma sede própria, “ela contínua em stand by”, como lembra Nelson Barata, afirmando ainda que “era preciso uma grande vontade política para se poder avançar, porque senão temos de continuar com a casa às costas, como até aqui”.

“Levar um abraço de saudade”

A primeira actuação no estrangeiro do «Identidade Lusa» surge assim no próximo dia 25 em Bruxelas, seguindo-se outras duas, no Luxemburgo, nos dias 26 e 27.

Com o objectivo de “incentivar e premiar os jovens pelo trabalho que têm vindo a desenvolver”, como realça Nelson Barata, foram mantidos contactos entre “alguns familiares e amigos, o que permitiu levar para a frente a iniciativa”.

Também a intervenção do Comendador José Trindade, Presidente da C.A.S.A (Centro de Apoio Social e Associativo do Luxemburgo), bem como outros portugueses que têm estabelecimentos comerciais naqueles dois países, foi fundamental para o desenrolar do processo,

Outro dos principais factores que motivou a escolha daqueles países para as actuações, segundo os responsáveis, “é o facto de o Luxemburgo ter uma grande identidade lusa, e como adoptámos essa designação para o nome do nosso grupo, isso dá-nos uma grande responsabilidade, sendo assim uma boa oportunidade para cruzar culturas, levando um abraço de saudade àqueles que mais intensamente o sentem, os emigrantes”.

Em Portugal, o apoio surgiu por banda da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro, Olibar, Junta de Freguesia de Oliveira do Bairro, entre outros.
Diário de Aveiro