Preocupação no mercado da Costa Nova pelo impacto das notícias sobre as condições sanitárias da venda de pescado.
As notícias vindas a público depois do Verão estão a levantar interrogações junto de consumidores mas no seio do mercado o maior receio não é a garantia do produto vendido mas as consequências do que é “amplificado” como resultado de uma guerra “interna” entre vendedores.
Duas apreensões no espaço de mês e meio, na Costa Nova, fizeram soar os alarmes a propósito da salubridade do pescado armazenado
mas quem opera no mercado diz que o caso vai para além do que se vê.
Atribuição de bancas, localização e braço de ferro para a retirada de produto das câmaras frigoríficas, entre outras questões, estão a motivar uma guerra aberta que, aos olhos dos consumidores, chega sob a forma de denúncia e apreensões.
A unidade de controlo costeiro é presença regular mas nunca como agora os casos estão a suceder-se.
Ontem foi anunciada a apreensão de 715 quilos de pescado e a identificação de uma mulher de 42 anos, "pela prática do crime contra a genuinidade, qualidade ou composição de géneros alimentícios".
A GNR confirma que foi ao local depois de “uma denúncia relativa à venda de pescado impróprio para consumo no mercado".
Antes disso tinha apreendido, no início de Outubro, 235 quilos de pescado fresco de diversas espécies armazenado numa câmara de refrigeração, sem condições para o consumo humano”.
Vendedores ouvidos no local alegam que se tratou de um braço de ferro, entre peixeiras, em época de férias.
Recentemente foi, também, notícia o surgimento de vestígios que apontam para a presença de ratos naquela área.
Também nesse caso, o tema foi mediatizado a partir do mercado.
A autarquia assumiu que tinha em preparação uma operação de desratização uma vez que o mercado está próximo do canal de Mira e esse tipo de ação é, necessariamente, regular.
Vários vendedores ouvidos pela Terra Nova asseguram que a questão de fundo é mais do que “peixe” e lamentaram a “má imagem” que “prejudica todos os que comercializam na Costa Nova”.
"Ninguém ganha com esta guerra. Perdem todos", resumiu uma vendedora.
Diário de Aveiro |