O presidente da Câmara de Aveiro, Alberto Souto, disse ontem que o investimento da autarquia na aquisição e recuperação da Casa Major Pessoa, um imóvel "Arte Nova" degradado, não pode ser visto numa perspectiva comercial. "Não me pesa na consciência nem um euro (desse investimento)", disse Alberto Souto, respondendo ao vereador do CDS/PP, Capão Filipe, que questionou se foi considerado no valor da compra daquele imóvel "Arte Nova" o estado de degradação do edifício, que vai obrigar a um reforço estrutural. "A Casa tem um valor arquitectónico único e continuo a achar que bom um bom negócio para o Município, porque não pode ser visto em termos comerciais como um apartamento", disse Alberto Souto, precisando que a compra foi feita por cerca de 100 mil contos. A Câmara de Aveiro aprovou hoje a abertura de concurso público para a reabilitação da Casa Major Pessoa, pelo valor base de cerca de 900 mil euros mais IVA, e que compreende a reconstrução do interior do edifício centenário, incluindo novas fundações. Desse montante, cerca de 70 por cento é financiável pelo III Quadro Comunitário de Apoio, no âmbito da reabilitação de edifícios Arte Nova. Segundo a exposição feita pelos técnicos da autarquia, responsáveis pelo projecto, serão mantidas as fachadas e a cobertura, mas a construção terá de ser refeita, respeitando a divisão interior, porque os pisos e as paredes terão de ser reconstruídas devido ao estado degradado em que se encontram. A demora na recuperação da Casa Major Pessoa, que Capão Filipe lembrou ter sido "uma bandeira programática do mandato que está a chegar ao fim", foi justificada pela complexidade da obra. A Câmara de Aveiro celebrou um protocolo com a Universidade de Aveiro, que através do Departamento de Engenharia dos Materiais esteve a estudar as condições do edifício, antes de ser iniciada a reabilitação. O relatório, "chegado há dias", revelou que não havia garantias de estabilidade. "Não são famosos os resultados em relação à qualidade do que está e tivemos de optar por fazer uma estrutura nova para o edifício, procurando manter e repor o possível. Os painéis de azulejo da Fonte Nova, por exemplo, estão assentes em paredes podres, cheias de sal, e terão de ser retirados um a um para serem depois recolocados", explicou Mário Sarabando, arquitecto da equipa responsável pelo projecto. O edifício Arte Nova "Casa Major Pessoa", depois de recuperado, vai receber mobiliário ao estilo da época e será transformado em centro de divulgação daquela corrente estética. O executivo municipal apreciou igualmente a intenção da Lusoscut de instalar uma nova área de serviço no IP5, entre o nó do Estádio e o nó de Angeja, tendo o parecer dos serviços sido favorável.Diário de Aveiro |