Emigrantes têm gabinete de apoio em Estarreja. A estrutura abriu portas esta segunda e é um auxiliar na integração.
O GAE pretende facilitar a vida de quem chega ao município estarrejense ao oferecer um serviço de maior proximidade e que responde a questões inerentes ao regresso e reinserção em todas as suas vertentes: social, jurídica, económica, investimento, emprego e estudos, entre outras.
O município está atento à crise venezuelana mas não associa a abertura em exclusivo à questão venezuelana.
Diamantino Sabina admite que possa existir um “êxodo muito maior” no futuro e a autarquia quer estar preparada (com áudio).
“Queríamos estar preparados para os receber e para os orientar da melhor forma possível”, explicou o autarca.
Contudo, sublinhou que “há outros fenómenos que não só o venezuelano que vão ocorrendo. Temos gente do Brasil, de países africanos, entre outros países que procuram Portugal como alternativa”.
Diamantino Sabina garante que “em Estarreja, estamos preparados com este novo gabinete e esperamos estar à altura daquelas que são as necessidades destas pessoas que procuram guarida em Portugal e em Estarreja”.
“A vida é importante em qualquer país do mundo”, as palavras são de um venezuelano que está em Estarreja à procura de uma nova oportunidade para si e para a sua família.
Júlio José Blanco foi um dos primeiros utentes a ser atendido pelo Gabinete de Apoio ao Emigrante (GAE) de Estarreja, que foi inaugurado esta manhã pelo presidente da Câmara Municipal, Diamantino Sabina (com áudio).
Aqui são tratados um “leque de assuntos que sabemos ser os mais prementes para quem chega”, afirmou Diamantino Sabina após o descerramento da placa que identifica o GAE no edifício da Casa Municipal da Cultura, na entrada lateral da Avenida Visconde de Salreu.
A lusodescendente Maria de Fátima Moreira, o marido Julio José Blanco, venezuelano, e a filha Yusmary Moreira, que tem dupla nacionalidade, aplaudiram a criação deste gabinete em Estarreja e deslocaram-se logo pela manhã para encontrarem ajuda na procura de emprego.
“Aqui vão encaminhar e ajudar. Tudo tem solução”, disse esperançosa Maria de Fátima depois da família ter vivido dias mais conturbados. “Imaginem ter vida feita e deixar tudo, tudo… Não imaginam como está aquele país.” (com áudio)
Há angústia no olhar destas pessoas, mas o presente traz novas expectativas. Júlio está desempregado com vontade de recomeçar, não obstante os seus 62 anos. “Estamos aqui para trabalhar e fazer nova vida aqui, porque a vida que tínhamos deixámo-la lá”.
Os GAE têm por missão apoiar os munícipes que tenham estado emigrados, que se encontrem em vias de regresso, que ainda residem nos países de acolhimento ou que pretendam iniciar um processo migratório. Terão à sua disposição um canal de comunicação gratuito, personalizado e mais adequado para a agilização e resolução de problemas, não obrigando uma deslocação a Aveiro.
O gabinete surge no âmbito de um acordo de cooperação que foi assinado, no passado dia 11 de janeiro, entre a Câmara Municipal de Estarreja e a Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Inicialmente, o novo serviço da Câmara Municipal garante o horário de atendimento às segundas, quartas e sextas-feiras, entre as 09h30 e as 12h30, na Casa Municipal da Cultura.
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