A equipa Intra-hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos (EIHSCP) do Hospital Francisco Zagalo – Ovar, a funcionar desde o início do ano, surge como a primeira resposta diferenciada a este nível no Concelho de Ovar.
“A nova valência colmata uma lacuna sentida há muito nesta unidade e no próprio município, prestando um importante apoio aos doentes com necessidades mais complexas ou em situação de descompensação”, diz o Presidente do Conselho Directivo deste equipamento hospitalar, Luís Miguel Ferreira.
A equipa é constituída pela médica Inês Costa, enfermeira Joana Rente - ambas com formação avançada em Cuidados Paliativos -, assistente social Ângela Guerreiro e por uma psicóloga, ainda a designar. Adicionalmente, contará também com a colaboração de profissionais de outras áreas, designadamente Farmácia, Nutrição, Fisiatria/Fisioterapia, Terapia da Fala e Terapia Ocupacional.
“Trata-se de um trabalho em complementaridade com as equipas médicas assistentes destinado a doentes que tenham doenças incuráveis, avançadas e eventualmente terminais”, explica Inês Costa. “Sabendo que lidar com uma doença em fase terminal não é fácil, a intenção da EIHSCP é procurar junto do doente manter a melhor qualidade de vida, com a dignidade que se impõe”, salienta.
Esta vertente de cuidados surge no âmbito da estratégia nacional para os Cuidados Paliativos, que pretende actuar desde os cuidados primários, aos hospitalares e aos domiciliários.
“A estatística aponta que no concelho de Ovar mais de 50 por cento das pessoas que faleceram em 2016 eram doentes que tinham necessidades paliativas. Um número que atesta para a importância da criação desta equipa multidisciplinar”, afirma Joana Rente.
Além de prestar apoio aos doentes internados na unidade, a EIHSCP irá abrir um período de consulta externa com Hospital de Dia, para a qual poderão ser orientados doentes acompanhados em regime de ambulatório e doentes referenciados pelo médico de família nos Cuidados de Saúde Primários. “Este tipo de tratamento é uma mais-valia para o hospital, beneficiando claramente o doente que deixa de ser submetido a procedimentos e terapêuticas desnecessários, quebrando mesmo alguns mitos associados a quem se encontra nestas situações”, acrescenta Inês Costa.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, os Cuidados Paliativos definem-se como uma abordagem abrangente que se destina a melhorar a qualidade de vida dos doentes (e das suas famílias) que enfrentam uma doença grave ou incurável.
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