O dirigente socialista Jorge Coelho exigiu ontem que "o PS seja respeitado no Estado de Direito Democrático" e garantiu que o seu partido não vai retaliar "às calúnias, boatos e insinuações". "Temos um profundo respeito pelas instituições, mas também quero dizer que o PS, o partido da tolerância e da liberdade, exige que o Estado de Direito Democrático seja uma realidade e que o Partido Socialista seja respeitado no exercício da democracia", declarou Jorge Coelho, num jantar-comício na Gafanha da Nazaré. O responsável nacional pela campanha do PS advertiu que "as calúnias, boatos e insinuações vão continuar em dose reforçada até às eleições", mas garantiu que o partido tem um secretário-geral "de cara lavada, sem nada a esconder e que não tem medo porque o seu compromisso é com os portugueses de levar o país ao progresso, ao desenvolvimento e à modernidade". "Ninguém pense que o PS vai retaliar. Não somos feitos da mesma massa e não é assim que os portugueses querem que se faça política", disse. Jorge Coelho considerou que hoje foi um dia de campanha especial, devido à recepção que Sócrates encontrou em Coimbra e na Figueira da Foz. "Alguém que pensa que ainda vive noutro período disse que Sócrates não devia entrar em Coimbra e a resposta foi hoje dada pelo povo, que sabe que Coimbra é terra de Miguel Torga, Almeida Santos e Fernando Vale, vultos da defesa da liberdade, e saudou efusivamente José Sócrates, com milhares de pessoas em Coimbra e na Figueira da Foz", explicou. Jorge Coelho frisou que a decisão dos eleitores no dia 20 é simples de tomar: "ou querem o país com esta trapalhada, com esta vergonha que tem sido" e votam no PSD, "mas depois não se queixem do desemprego, da pobreza, da incompetência na colocação dos professores", ou entendem que "está na hora da mudança" e dão a maioria absoluta ao PS "para fazer o que o país precisa". "Numa campanha que tem sido caracterizada por insinuações", Jorge Coelho considera que Santana Lopes "não tem projecto e rumo para Portugal. Só queixas e lamúrias de que toda a gente tem culpa da situação em que se encontra". Contrapôs com os "pontos de honra" do PS, assumindo que é um partido a que não falta ambição: "recuperar 150 mil postos de trabalho que a direita perdeu em três anos" e ambição também no combate à pobreza para que em quatro anos 300 mil idosos possam auferir de um complemento de pensão que lhes garanta um rendimento mínimo de 300 euros mensais. Manuel Pinho, cabeça de lista do PS por Aveiro e porta-voz para os assuntos económicos, criticou "as promessas infantis e delirantes" do PSD, como o crescimento da economia em 6 por cento nos próximos quatro anos, "quando tem estado parado", o crescimento das exportações em 15 por cento e, "o que nem Salazar conseguiu fazer e em 100 anos nunca foi possível", reduzir o peso da despesa pública de 48 para 40 por cento, concluindo que o que o PSD propõe "é um milagre". O jantar-comício do PSD na véspera, em Aveiro, foi também comentado em algumas intervenções, nomeadamente do presidente da distrital, Alberto Souto, que disse que o pavilhão das feiras estava reduzido a metade pelos cenários e que "a metade cheia era a dos que apoiam Marques Mendes para liderar o PSD e a vazia dos que acreditam que Santana é bom primeiro ministro". O presidente da concelhia de Ílhavo do PS, João Oliveira, referiu-se igualmente ao jantar do PSD para dizer que "a vitimização de Santana Lopes atingiu o ridículo em Aveiro, com os ataques à comunicação social".Diário de Aveiro |