O líder do CDS-PP defendeu ontem, em Oliveira do Bairro, uma duplicação dos benefícios fiscais para as empresas que invistam em ciência, tecnologia e inovação, admitindo a improbabilidade de descer o IRC nos próximos quatro anos. "Gostaríamos de ter um IRC mais competitivo mas não é previsível que na próxima legislatura seja possível baixar este imposto, por uma questão de honestidade orçamental", lamentou Paulo Portas, à saída da visita a uma fábrica de material de escritório em Oliveira do Bairro (Aveiro), a Levira. Como alternativa, o presidente do CDS-PP propôs a "duplicação dos benefícios fiscais para as empresas que se queiram modernizar", com investimentos em ciência, tecnologia e inovação. "É uma forma de tornar mais barato o salto tecnológico", justificou Paulo Portas, depois do líder do PS, José Sócrates, ter popularizado como tema de campanha às eleições de 20 de Fevereiro o "choque tecnológico". Num dia totalmente passado no distrito de Aveiro, na "tenda" do CDS - espaço para debate com militantes - discutiu-se hoje educação e ciência, com a presença dos "ministros" democratas-cristãos para estas áreas, José Ribeiro e Castro e José Empis, respectivamente. Na área educativa, tanto Portas como Ribeiro e Castro defenderam a prioridade inscrita no programa eleitoral do CDS: a ligação "radical" das escolas ao mundo do trabalho. "Não declaramos nessa matéria nenhuma paixão, preferimos assumir uma ligação radical do sistema de ensino aos seus resultados do ponto de vista da empregabilidade", defendeu Portas, que lamentou a desvalorização das escolas comerciais e profissionais. Exames no 4/o, 6/o e 9/o ano, inglês e tecnologias da informação e comunicação logo nos primeiros anos de ensino e maior liberdade de escolha das famílias são as linhas mestras do CDS na área educativa. "O sistema de ensino é a oportunidade que o Estado tem de dar aos mais jovens para transformarem a sua vida e irem tão longe quanto o seu mérito lhes permita", definiu o líder do CDS. Paulo Portas - que se afirmou adepto da "mobilidade social" daqueles que "sobem a pulso" e contra "hierarquias estáticas" - aproveitou a visita a uma outra fábrica, a Miralago, para fazer um pouco de exercício eleitoral. Numa das passadeiras de ginástica fabricadas pela empresa de Águeda, Portas "caminhou" até às 11,5 calorias, num paralelo com o resultado que o CDS pretende obter a 20 de Fevereiro, acima dos dez por cento. "Só parámos nos 11,5 porque quisemos", ironizou.Diário de Aveiro |