Um determinado jogador pode ter feito toda a sua formação em determinado clube; permanecido lá uma “carrada” de anos; é acarinhado por tudo e por todos; na hora de partir sempre aquelas palavras de circunstância: «levo o clube no coração; foram os melhores anos desportivos da minha vida». De lá saíu porque conseguiu o contrato da sua vida; melhores condições; melhor equipa; clube que luta por subidas de divisão. Num ápice, o tal, ou tais determinados jogadores, mandam às malvas o seu clube de origem, e esquecem rapidamente as suas raízes, o berço onde nasceram. Estes episódios são comuns, infelizmente, no futebol de hoje. E este substrato de ideias mais se acentua quando os dito (s) jogador (es) defrontam os seus ex-clubes. Por vezes, na ânsia de ganhar, o seu comportamento não é o mais adequado. Se, nesse determinado clube, não era titular, se saíu em litígio com dirigentes e treinador, poderá ter meio por cento de razão, mas nada que justifique cenas eventualmente chocantes. Das palavras gratuitas ao insulto a distância é curta. Os adeptos não calam a sua revolta, o caldo fica entornado. E, se aos protagonistas da bola lhes passasse pela cabeça que ali jogaram, ali se fizeram homens e jogadores, então os malabarismos ficavam em casa.
Manuel ZappaDiário de Aveiro |