A Assembleia de Freguesia de Eiro-Eirol defende o “reforço e valorização da autonomia” da EBI de Eixo para manter e melhorar a qualidade do serviço educativo, “resolução de proximidade, parceria com o tecido social, económico e associativo da Freguesia e território educativo que serve”.
Posição assumida no final da semana passada depois da discussão em Assembleia de Freguesia a propósito da revisão da Carta Educativa. Posição que vinca junto da Câmara de Aveiro a recusa perante um cenário de mudança.
A Junta de Freguesia de Eixo Eirol, liderada pelo socialista João Morgado, revela que a discussão em torno da revisão da Carta Educativa está a criar junto dos cidadãos da Freguesia “enorme apreensão, revolta e constrangimentos”.
A integração ao agrupamento Esgueira não está a ser bem aceite e na Junta é feita a defesa de uma autonomia que assegure a “qualidade na proximidade com as pessoas não embarcando em medidas avulso, sem fundamentação ou devida ponderação, que prejudiquem o património social que existe”.
A Assembleia de Freguesia de dia 10 de Outubro foi defendido que a criação da EBI de Eixo foi um “importante marco impulsionador de mudanças na freguesia” responsável nos últimos 20 anos pelo “crescimento populacional significativo” que essa resposta educativa garantiu.
“Como tal, tem havido uma deslocação de pessoas das zonas centrais de Aveiro para a freguesia, em virtude não só da procura de habitações mais acessíveis, em termos de relação qualidade/preço, mas também pela resposta socioeducativa encontrada”.
“A este nível, a atual EB de Eixo tem um papel de enorme relevância, por permitir que a população beneficie de um serviço de qualidade próximo da área de residência”.
Destaca ainda o esforço conjunto no combate à problemática das dependências com a Junta de freguesia, a GNR e os responsáveis pelo agrupamento que “têm feito um trabalho próximo, com resultados bastante positivos”.
“Numa escola, onde o número de alunos ascenderá os três mil, é completamente impossível atuar a este nível de prevenção. Um agrupamento de tal dimensão impossibilitará o tipo de tratamento de proximidade que a EB de Eixo fomentou na freguesia”.
E nas questões sociais diz que num espaço em que persistem “focos de carência socioeconómica”, o afastamento do espaço escolar da zona de residência “dificultará o contacto direto dos pais com a escola sede”.
“Dificilmente as ofertas educativas proporcionadas pela EB de Eixo, adequadas às necessidades e interesses dos jovens, serão preservadas num Agrupamento com excessivo número de alunos”.
Destaca o facto de serem promovidas atividades, no âmbito escolar, que superam as oferecidas nas escolas da cidade e dá o exemplo da Unidade de Multideficiência e a presença de muitos alunos com Necessidades Educativas Especiais, 95% dos quais da freguesia.
“Estes alunos em nada beneficiarão com nenhuma das propostas apresentadas”, refere nota da Junta que teme pela descaracterização do espaço escolar.
“O ensino em escolas massificadas tem-se revelado anónimo, descaracterizado, como se pode constatar nas escolas que já funcionam nestes moldes. Os constrangimentos têm, em muito, superado as vantagens, havendo já estudos académicos que o comprovam e salientam que a agregação de escolas unicamente resolve alguns assuntos na gestão dos recursos humanos docentes”.
A Junta de Freguesia e a Assembleia de Freguesia consideram que a escola EB de Eixo mantém condições para a sua sustentabilidade e defendem que importante é investir no restauro e não mexer no projeto educativo.
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