Paulo Portas, líder do CDS/PP, durante a apresentação, no passado domingo, em Águeda, dos candidatos pelo círculo eleitoral de Aveiro (onde é cabeça de lista), afirmou que tem como principal objectivo a eleição de três deputados. “O CDS está à procura do terceiro deputado - neste caso do empresário e presidente da Junta de Freguesia de Bustos, Manuel Pereira - porque o merece”. “Aveiro, terra de eleição” Portas falou de Aveiro como “uma terra de eleição para o CDS/PP”. Aliás, reforçou que não deve haver nenhum distrito tão perto dos ideais do CDS como Aveiro”, garantindo que “o partido vai estar unido. “Uma unidade que não é um artifício, nem uma comédia ou encenação”. O líder dos centristas garantiu que vai a estas eleições com uma equipa fortíssima que está a alargar e a crescer. “Há uma coisa mais forte do que as palavras: São os três anos de provas dadas”. Apontado o líder do PS como o verdadeiro adversário, o presidente do CDS-PP desafiou, depois, José Sócrates a mostrar o seu curriculum. “Li hoje no jornal que o programa do PS traduz mais emprego e menos pobreza”, disse, acrescentando que “como ministro da Defesa contribui para salvar 1500 postos de trabalho nas OGMA, mais de 1000 postos de trabalho nos Estaleiros de Viana do Castelo, e combateu a pobreza com as pensões aos antigos combatentes que se cifrou em mais de 100 mil”. “José Sócrates que mostre o que fez”, acrescenta. Sem polémicas Paulo Portas, garantiu que vai manter a linha e a postura, não comentando críticas do PSD ao seu partido, porque o eleitorado não perdoaria a polémica. "Terá havido crítica do parceiro de coligação ao nosso partido. O presidente do CDS mantém a sua postura e a sua linha. Somos partidos aliados e o meu comentário é nenhum. O eleitorado não nos perdoaria a polémica", disse. "Não contem comigo para tricas nem coisas acessórias. A nossa lealdade é a Portugal, que tem direito a uma campanha decente porque está num momento difícil". Reafirmou que "são três anos de provas dadas", aconselhando os militantes a não terem "euforia, mas atitude de formiga" para conquistar eleitores da classe média que “não querem o regresso dos socialistas e que querem que as coisas corram melhor".´ "O CDS saberá responder com moderação e convicção a esses eleitores", porque "esses votos não podem ir para a abstenção", garantiu. Críticas Paulo Portas criticou José Sócrates e o programa de governo do PS, sublinhando que o CDS vai a eleições com uma equipa de governo, apontando Bagão Félix para as Finanças, "que ao contrário do líder socialista tem uma política fiscal e propôs a baixa gradual do IRS, acompanhada do combate à evasão ao fisco". "Sócrates pratica apenas a evasão democrática, porque não quer debater ideias", acusou. Para Paulo Portas o programa de governo do PS traduz-se em duas ideias: mais emprego e combate à pobreza. “Contra a corrupção e a indiferença” Antecedeu-o Bagão Félix, que se reafirmou "independente por feitio", mas com "o CDS no coração" e crente num Estado "de rigor, austero e transparente, contra a acomodação, a corrupção e a indiferença". Acusando os socialistas de se "enganarem na tabuada", Bagão Félix disse que é preciso que digam "onde, como e quando vão reduzir a despesa pública", questionando se vão despedir ou não funcionários públicos ou eliminar serviços. "Não querem mais impostos, não querem mais despesas e não querem receitas extraordinárias, mas não dizem é que a grande reforma orçamental, proporcionada pela diferença dos juros da dívida pública, foi desbaratada nos governos socialistas. Aumentaram a despesa primária e agora são eles que dizem que querem reduzir a despesa", comentou. Bagão afirmou ainda que “me podem chamar todos os nomes, mas não podem é criticar que nada fizemos”. “Novas bússolas ideológicas” Já o mandatário da lista por Aveiro, Acílio Gala, exortou os candidatos a intensificarem a acção política nos diversos concelhos, "hoje mais do que nunca é necessário a mobilização em todos os concelhos. Não esperem que o líder do partido visite todos os concelhos”. Gala disse estar na hora dos políticos sérios, explicando que não se podem abrir brechas no partido, senão a “oposição bate, bate, bate até que fura”. O mandatário relembrou que a utilidade do voto é só num partido, e que “o CDS não é apenas um partido do sistema político. É do governo e que já deu provas de governar, “até por que Portugal está numa situação política semelhante à de 1976, e o mar cada vez está mais encrespado e necessitamos de melhores políticos para as novas bússolas ideológicas”. Por isso, “se atingirmos o eleitorado de 1976, teremos um grupo capaz de mudar Portugal para um país moderno”.
Pedro Fontes da Costa pedro@jb.pt Diário de Aveiro |