Os ambientalistas da Quercus consideraram hoje que os efeitos das vagas de frio se devem prevenir no acto da escolha da casa e não com uma corrida à compra aquecedores. Verificar a orientação das divisões ou escolher vidros duplos são alguns dos conselhos da Quercus para evitar uma casa demasiado fria no Inverno e quente no Verão. Para os ambientalistas, a vaga de frio prevista para esta semana deve servir para reflectir sobre a importância de conservar energia e preparar as mudanças da temperatura escolhendo uma casa mais eficiente. "O primeiro passo não dever ser sair a correr para comprar aquecedores, como no Verão não devemos ir a correr comprar aparelhos de ar condicionado", alertou o dirigente ambientalista Francisco Ferreira, em declarações à agência Lusa. Para a Quercus, é na escolha da casa que devem ser tidos os cuidados necessários para ter uma habitação com conforto mas sem desperdício de energias. "As prioridades devem ter a ver com a escolha da casa, nomeadamente analisando a orientação das divisões", disse Francisco Ferreira. Outras pequenas coisas podem servir para melhorar a conservação de energia numa casa, como a colocação de vidros duplos ou a calafetagem de janelas. "Esta vaga de frio pode ser uma oportunidade de reflexão para estas questões", aconselhou o dirigente ambientalista. Um projecto de ambientalistas, empresas, universidades e entidades públicas vai lançar em Junho na Internet uma casa virtual onde os portugueses podem descobrir a melhor forma de poupar energia sem prejudicar o conforto. A casa virtual será um meio de simular quais os gastos energéticos que cada um tem com os equipamentos das suas residências. A casa pode ser configurada à medida de cada um, seleccionado o número de divisões, quantas pessoas moram na casa e que tipo de electrodomésticos existe para depois verificar os consumos de energia. O projecto vai permitir ainda comparar vários tipos de equipamentos ou materiais de construção numa mesma habitação, no caso de alguém que queira fazer alterações. A associação de defesa do consumidor Deco alertou em Dezembro que muitas casas novas em Portugal são mal isoladas, já que mais de um terço dos apartamentos inspeccionados "não oferece condições de conforto". O estudo, que foi publicado na edição deste mês da revista Proteste, concluiu que dos 34 apartamentos novos inspeccionados em Lisboa e no Porto há mais de um terço sem condições de conforto. "Num terço das casas o conforto é insatisfatório. Num terço foram encontrados aparelhos que só servem para aquecer uma divisão. Em três casas, apenas existia uma lareira sem recuperador de calor. No pior caso, a unidade exterior de ar condicionado foi instalada na lavandaria", mostra o estudo.Diário de Aveiro |