O futebol, jogo de paixões, ainda tem à frente dos seus clubes os chamados mecenas.

Na nova era das SAD, em que os chamados clubes pequenos ainda não têm arcaboiço para lá chegar, ganham importância as situações pontuais de alguns presidentes de injectarem grande capital financeiro nos seus clubes de coração.

Jorge Alexandre e Guilherme Duarte, este, via irmão, Carlos Duarte, presidentes do Tourizense e Pampilhosa, respectivamente, são os protótipos mais flagrantes.

E a comparação entre os dois clubes é quase idêntica.

Em dois anos, o Tourizense subiu dos distritais, onde ganhou tudo o que havia para ganhar, aos nacionais, estando bem posicionado para subir mais uma etapa, a Liga de Honra.

Em contrapartida, o Pampilhosa, em seis anos, subiu da segunda distrital à segunda nacional, sempre com a mesma gestão pela frente, aliás como o seu homólogo de Touriz.

Jorge Alexandre, contabilista de profissão, fez o pequeno lugar de Touriz (com apenas 218 habitantes e que nem sequer está no mapa), freguesia de Midões, concelho de Tábua, saltar para a ribalta do futebol português através do Tourizense.

A importância daquele empresário ganha consistência na forma como se move por dentro dos meandros do futebol. Amigo de Pinto da Costa, José Mourinho, de presidentes de vários clubes, como, por exemplo, Leiria, Alverca, Estrela da Amadora, Jorge Alexandre soube cativar os seus homólogos para que estes lhe emprestassem jogadores, sobretudo jovens atletas, ao seu clube. É desta forma que jogadores sem vícios, rumam a Touriz, ali ganham estatuto, e são valorizados, com o clube a dar-lhe boas condições de trabalho.

Na Pampilhosa têm caído os dólares de Carlos Duarte que têm sido bem aproveitados por Guilherme Duarte e restante equipa directiva. Os resultados desportivos estão à vista de todos.

Agora, a questão que se coloca, é saber o que iria acontecer, quando estes chamados mecenas decidirem ir embora. Será que os seus clubes voltarão à estaca zero?

É o mais certo!

Manuel Zappa
zappa@jb.pt
Diário de Aveiro