"ACHO QUE ANDAMOS NUM CIRCO E NUMA CULTURA DA DESGRAÇA QUE É POLÍTICA MAS TAMBÉM DE CIDADANIA" - RIBAU ESTEVES.

O presidente da Câmara de Aveiro arrasa a estratégia seguida pelo Governo para o setor florestal e compara o país a um circo onde a alegria do espetador determina as políticas.

O autarca falava, esta quinta, na 7ª Conferência dedicada ao Mutualismo promovida pela Associação Mutualista dos Engenheiros.

Ribau Esteves diz que falta investimento na prevenção e sobra a tomada de medidas casuisticas muitas delas sem possibilidade de aplicação. Deu como exemplo a revisão da lei da floresta para explicar que se trata de uma manta de retalhos para agradar à maioria parlamentar de Esquerda (com áudio)

O autarca criticou ainda a retirada de verbas de fundos europeus para cobrir áreas que deveriam estar asseguradas por fundos de emergência social. “Tenho vergonha de viver num país em que para ajudar Pedrógão foram aos fundos comunitários do Programa Operacional da Região Centro. Que país é este? O que fazem os nossos impostos para que o dinheiro do fundo de emergência não seja utilizado? Os nossos impostos servem para acorrer a este tipo de situações”.

A autarquia já tornou pública a sua congratulação pela decisão da empresa Águas da Região de Aveiro na oferta da água utilizada para o combate aos incêndios que afetaram a região de Aveiro nos dias 15 e 16 de outubro, tendo-se registado um consumo adicional de 7.000m3 de água.

Assim, qualquer cliente que tenha utilizado água na rede de pública para o combate aos incêndios e que venha a receber uma fatura com consumos anormais poderá contactar a AdRA solicitando a reanalise da referida fatura (mais informações em www.adra.pt).

A Câmara está, também, a fazer o levantamento e caracterização do impacto dos incêndios estando o processo a ser gerido pelo Gabinete de Proteção Civil da CMA, devendo as comunicações ser dirigidas para o email: smpc@cm-aveiro.pt.

Os incêndios em destaque na 7.ª Conferência Anual da Associação Mutualista dos Engenheiros que distinguiu figuras da engenharia.

António Canas, antigo responsável pelos serviços municipalizados de Aveiro foi uma das figuras reconhecidas. Ligado a instituições como a Misericórdia lembra que a vocação social despertou nos anos 70 para ficar até ao fim da vida. “Desde essa altura tenho aprendido muito. É um caminho gratificante”.

“O Mutualismo como promotor da coesão social e fator de desenvolvimento” foi o tema em destaque. O reitor da UA realça a vocação da UA para as engenharias e deixou um desafio aos profissionais. Diz que é preciso mais do que boa vontade para repovoar o interior. Manuel Assunção, natural do Alentejo, defende a criação de condições estruturais para fixar as populações.

“Tenho uma casa a dois kms de Espanha e posso dizer que não vamos lá com só com a economia social. Temos que pôr lá algo que não haja em mais lado nenhum e que leve as pessoas para lá. Sem isto não chega a economia social por mais bondosa que seja”.

 

 


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