A anunciada ampliação do centro comercial Glicínias não é consensual entre os especialistas em planeamento urbano.
O projeto vai ser apresentado na próxima segunda-feira mas sabe-se já que o atual espaço vai ser ampliado em dois novos pisos e as acessibilidades serão melhoradas.
Pedro Silva, antigo presidente da Associação de Planeadores do Território, afirma que este tipo de operação já não tem justificação à luz de novos modelos de desenvolvimento para as cidades.
“Já não se justifica, nem por ignorância, continuar a aprovar estes projetos. Reduzir distâncias é uma das mais fundamentais medidas de sustentabilidade das cidades. Isto consegue-se com uma relação próxima entre a residência e a loja da rua ou do quarteirão. Perdem-se relações e sociabilidades , artificializando e encenando-se espaços públicos tentando imitar a cidade, só que absolutamente ascéticos. Deveria haver um movimento local que manifestasse o seu desagrado por estas aprovações insustentáveis para a cidade”, afirma o especialista na sua página de facebook.
A melhoria dos acessos está a ser encarada como a oportunidade de regenerar um projeto que na origem acabou por ficar "incompleto" e essa é uma das vantagens apontadas por quem defende esta operação.
O Centro Comercial Glicínias Plaza, em Aveiro, vai ser alvo de uma profunda requalificação e ampliação. Diz que procura responder “à crescente procura de marcas nacionais e internacionais”.
As obras, que se iniciam em Janeiro próximo e incluem a construção de dois novos pisos, deverão estar concluídas em Outubro de 2019. O valor do investimento total da obra, a cargo do grupo Vougainvest, proprietário do espaço, é de cerca de 40 milhões de euros.
A apresentação pública do projeto realiza-se no próximo dia 18 de setembro, às 11h30, no Museu de Santa Joana, em Aveiro, e contará com a presença do gerente do Grupo Vougainvest, Daniel Lafforgue, de Jorge Buco, diretor geral do Grupo, do arquiteto responsável pelo projeto, Vítor Pais, da Broadway Malyan, e do presidente da Câmara de Aveiro, José Ribau Esteves.
Atualmente com uma área bruta locável de cerca de 28 mil metros quadrados e 75 lojas, das quais se destacam o hipermercado Jumbo, sete salas de cinema NOS com 3D e as lojas de moda H&M e C&A, o Glicínias é um espaço contemporâneo e atrativo, tendo conseguido ao longo dos seus quase 18 anos de existência, marcar a diferença perante a concorrência e, em simultâneo, tornar-se um local habitual para milhares de famílias da região. Diariamente, visitam este centro comercial, em média, 23 mil pessoas.
Dentro de dois anos, e com o aumento da área bruta locável para 41 mil metros quadrados, o Glicínias passará a ser o maior centro comercial da cidade, estando prevista a abertura de mais 45 lojas para um total de 120 e a criação de mais 500 lugares de estacionamento. No total, serão 2.000 lugares gratuitos.
Mas as mudanças não serão apenas no interior do centro comercial. A zona envolvente beneficiará com esta obra, estando previstas a melhoria de algumas vias de comunicação, a criação de espaços verdes e a construção de um parque infantil.
O projeto é da responsabilidade da empresa Broadway Malyan. A LBM, além de gerir este centro comercial, é a responsável pela gestão do Foz Plaza, na Figueira da Foz, espaço que também pertence ao Grupo Vougainves
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