A Câmara de Aveiro tem oito propostas no âmbito do concurso de ideias para a requalificação da zona do Rossio mas diz que ainda não há decisões tomadas.
A polémica em torno da admissão de um estacionamento subterrâneo no caderno de encargos tem marcado este processo que visa a requalificação da área entre a ponte praça e a ponte de São João no acesso à antiga lota.
A autarquia garantiu 11 milhões de euros para regeneração urbana mas admite vir a garantir mais fundos num programa criado pelo Governo. Adianta que só depois de verificar todos os projetos irá voltar a falar do tema.
Ribau Esteves revelou esta informação no dia em que promoveu um encontro para falar do Plano Estratégico para o Desenvolvimento Urbano da Cidade de Aveiro (PEDUCA).
Foi o momento para explicar o andamento dos diferentes projetos que passam das pistas cicláveis, pela recuperação de espaços como o edifício Fernando Távora, a atual biblioteca, a avenida Dr. Lourenço Peixinho, a rua da Pêga, o edifício da antiga estação, o Centro Coordenador de Transportes, zonas verdes e habitação social.
O autarca de Aveiro admitiu que se trata de um operação que vai garantir a “renovação” do espaço público e equipamentos e que pode induzir investimento privado na renovação do edificado (com áudio).
Manuel Sousa, vereador e candidato do PS à Câmara de Aveiro, esteve na sessão e não escondeu que não é a sessão de perguntas e respostas sobre projetos feitos em gabinetes da especialidade que responde às ambições dos aveirenses para a sua cidade.
“Precisamos de ideias concretas. O modelo de conceção está errado. Devia ser o que queremos para Aveiro e não o que é que um gabinete de projeto quer para Aveiro”.
A Universidade de Aveiro vai assumir trabalho de apoio na investigação e valorização na área da reabilitação do património. Paulo Vila Real, vice reitor, respondeu por aquilo que é técnico e não pela parte política. Deu como exemplo a pista ciclável dedicada, entre a estação e a Universidade com passagem pelo Centro de Congressos.
O projeto que foi questionado pelo grupo Ciclaveiro tem sido referido como solução que não responde aos anseios dos ciclistas. Paulo Vila Real esclareceu que a UA não teve voto na decisão mas acredita que esta será apenas a primeira de várias vias de ligação:
“Faz todo o sentido que ambos (UA e CMA) pensem esta questão. Acredito que esta solução (pelo centro de congressos) foi a melhor para ser a primeira de outras que existirão”.
A resposta do Vice Reitor num encontro marcado pela presença do representante do grupo Ciclaveiro. Rui Igreja afirma que é necessário cuidar da coerência do PEDUCA. Diz que as pistas cicláveis devem obedecer a uma rede integrada e pensada para responder aos fluxos da cidade.
“Aveiro precisa de mudar a sua estratégia de mobilidade. A rede ciclável não pode ser uma manta de retalhos de vias dedicadas. Tem que haver planeamento com medidas integradas. Não passa por atira-la para onde não incomode automobilistas. Não poderá incluir investimento de recursos num parque de estacionamento no Rossio porque isso atrai mais carros ao centro”.
Na sessão de apresentação dos projetos Peduca, Ribau Esteves assumiu que a UA dará apoio técnico mas lembra que a Câmara tem a decisão política entre mãos.
“A UA é parceiro mas o Peduca é da Câmara. É a Câmara que lidera e toma decisões”.
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