O presidente da Câmara de Aveiro assumiu "erros" no caderno de encargos da concessão de transportes ao não considerar alguns dos percursos do passado “não cadastrados”.
O autarca de Aveiro assumiu responsabilidade política mas apontou o dedo à forma como foi feita a gestão dos transportes no passado por parta da Câmara (Move Aveiro) e no tempo das primeiras linhas concessionadas à Transdev pelo executivo de Élio Maia (UrbAveiro).
A explicação foi dada como forma de justificar as alterações no final do primeiro mês quando em causa estiverem alterações de monta. “Mexer numa linha, com mais autocarros e mais motoristas não é algo que se possa fazer de um dia para o outro”, disse o autarca admitindo prioridade a alterações pontuais.
O reforço de autocarros será feito com novos horários de reforço ou com desdobramentos (dois autocarros no mesmo serviço).
Há ainda casos em que havia carreiras suprimidas com menos de cinco utentes. “Carreiras do meio da manhã, meio da tarde e fim de semana. A oferta é excessiva mas assumimos que é preciso alguma. Eventualmente uma passagem”.
O autarca explica que há atrasos que resultam da habituação dos novos motoristas uma vez que de 15 motoristas da Aveiro Bus só três saíram da Move Aveiro e "estes eram os mais conhecedores".
Manuel Sousa (PS) lembrou os alertas do PS sobre a concessão e falou em precipitação. “Colocou-se em marcha a operação e agora andamos com estes problemas todos. As pessoas pagam passe e afinal não servidas. Isto ia ser tudo um sucesso e agora está como está”.
João Sousa (PS) fala em "voluntarismo" do autarca que está a custar prejuizo à imagem dos transportes pelos problemas registados no arranque.
Ribau Esteves considera que não há motivo para balanços negativos ao fim de uma semana e meia. “Não se monta uma operação destas sem tempo para por tudo na ordem. Esta operação vai encontrar o seu bom ponto de equilíbrio. Nem vamos castigar a empresa ao fim de duas semanas”.
O autarca aproveitou a reunião desta quarta, em que marcam presença cidadãos, para fazer ponto de situação sobre os recursos humanos da Move Aveiro.
De 99 funcionários da Move, 70 ficaram na Câmara a trabalhar em funções iguais (4 motoristas ficam como motoristas a apoiar escolas e associações), em funções idênticas às que desempenhavam e outros estão em formação para novas funções.
Ribau Esteves fez o ponto de situação sobre a operação salientando que 17 funcionários da Move Aveiro foram para o concessionário (5 eram funcionários da Câmara, mantendo vínculo à câmara) e outros foram para a Aveiro Bus como quadros da empresa e desvinculados da câmara.
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